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Game da Kim Kardashian (!) é um estouro. E agora?

Sucesso estrondoso do game mobile de Kim Kardashian pode representar um futuro onde desenvolvedores prefiram cada vez mais criar games com microtransações

10 anos atrás

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Apesar de muita gente odiar games free-to-play, a amarga verdade é que o formato é uma mina de ouro para as desenvolvedoras. Sejam as grandes como a EA (que sofreu um revés com o remake de Dungeon Keeper) ou pequenas como a King e seu infame Candy Crush, o fato é que os estúdios estão enchendo as burras de dinheiro com games que adicionam microtransações das mais diversas formas.

A Glu Mobile é uma dessas desenvolvedoras mobile, que consegue fechar contrato com detentora de marcas famosas e cria versões para smartphone de franquias estabelecidas, como Call of Duty, Baldur's Gate, A Era do Gelo, Carros, Monopoly, entre outras. Mas ela não andava muito bem das pernas. Isso até ela ter uma ideia que parecia até esdrúxula: um game centrado na subcelebridade Kim Kardashian.

Kim Kardashian: Hollywood (iOS, Android) é um game cujo objetivo é pura e simplesmente "buscar a fama", exatamente como a dona do título conseguiu: sem nenhum talento aparente (exceto os óbvios), seu maior feito foi estrelar um sextape, o que lhe rendeu o direito a estrelar junto de sua família um reality show e galgar o estrelato a partir daí. O game da Glu Mobile leva o jogador a realizar atividades corriqueiras para tentar se tornar famoso como ela, e como se trata de um game gratuito, é recheado de microtransações.

Até aí você pensaria que se trata de uma ideia idiota, mas acabou se provando um tiro certeiro: pessoas gostam de saber sobre a vida dos famosos, isso ou a Caras não venderia tanto. A possibilidade de percorrer os passos da fama tendo Kardashian como tutora, mesmo de mentirinha se provou um sucesso: lançado no mês passado, as vendas de itens ingame (que não são baratos, indo de US$ 4,99 a US$ 59,99) foram tamanhas que elevaram o share da Glu Mobile em 44%, tirando-a do vermelho. A previsão é que até o fim do ano ele lucre US$ 200 milhões.

Só para se ter uma ideia, The Simpsons: Tapped Out levou um ano para lucrar US$ 100 milhões. Espera-se que Kim Kardashian: Hollywood faça o dobro na metade do tempo. Ele é atualmente o segundo do Top 10 de games gratuitos da App Store, com uma avaliação de cinco estrelas.

Tem alguém errado nessa história? Difícil dizer. Do ponto de vista mercadológico, tanto a Glu quanto a Kim Kardashian estão certos, pois criaram um produto que o público queria e estão ganhando muito dinheiro com isso. Os jogadores casuais e fãs da socialite também não estão reclamando. O problema que vejo é que algo assim vai aos poucos minando o interesse de desenvolvedoras em criar um game completo sem as artimanhas das microtransações ou apelar para DLCs caça-níqueis, pois boa parte do público está disposta a gastar (muito) dinheiro com isso. Há casos em que mesmo o gameplay é sacrificado em prol do lucro, como aconteceu com SoulCalibur: Lost Swords.

Minha preocupação é que os desenvolvedores percam interesse em desenvolver jogos hardcore ou completos visando arrancar mais dinheiro do jogador, tornando o mercado cada vez mais entulhado de joguinhos free-to-play. É um cenário sombrio que vai se tornando cada vez mais possível.

Fonte: BB.

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