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Zune HD, três telas e uma nuvem

15 anos atrás

Quando o Zune foi lançado todo mundo tratou como aquele primo lentinho mas esforçado. O hardware estava ali, era decente, o software idem, os recursos eram bons -alguns até inéditos, como o suporte a compartilhamento de arquivos entre aparelhos- mas não empolgou. A segunda versão já foi melhor, corrigindo problemas como a falta de suporte a podcasts, sendo simpática e atualizando o sofrware dos aparelhos antigos, conseguindo para o aparelho 4% do mercado, que pode parecer pouco contra os mais de 70% da Apple mas representam quase 4 milhões de aparelhos vendidos.

Agora a Microsoft resolveu botar pra quebrar, anunciando um Zune que ainda por cima é bonito pacas, e que pela primeira vez deu vontade de ter: O Zune HD.

Vamos às especificações, ainda semi-oficiais:

  • 32 ou 16GB de memória Flash
  • Tela OLED 16:9
  • Rádio FM com suporte a HD Radio
  • Tela multitouch
  • Sistema Windows CE com interface de Zune, não de Windows Mobile, calma.
  • WIFI
  • Sincronismo via WIFI (chupa, Apple)
  • Suporte para vídeos HD 720p
  • Saída HDMI com suporte a HD
  • Arquitetura TEGRA da nVidia
  • Navegador Web otimizado para multitouch
  • 3D Xbox game support (é, boa pergunta)

O Zune HD entretanto é só a ponta do Iceberg. na verdade a Microsoft entende o Zune como uma marca, não como uma linha de players de mídia. E como marca, ela pulou dos players para... os consoles.

Até então era possível comprar filmes no PC e assistir no Zune, OU no Xbox. Agora isso será unificado (nos países participantes). Faz parte do conceito de Nuvem da Microsoft, onde seus dados, seu conteúdo está acessível, independente do dispositivo que você estiver usando, e se adequa ao formato. É o que chamam de "3 telas", o PC, a TV e o Mobile.

Os modelos de acesso a conteúdo incluirao a tradicional venda de filmes, com variações como download para aluguel, download para posse, streaming e assinatura mensal que dará acesso a conteúdo ilimitado. Com a integração, o sujeito baixa do Xbox e acessa também do Zune HD, se quiser. Melhor do que aquelas gravadoras bestas que dizem que não posso ripar para o iPod o CD que EU comprei.

O Zune HD só será lançado inicialmente nos EUA, já o serviço Zune de conteúdo será disponibilizado nos EUA, inglaterra, França, Itália, Alemanha, irlanda e Espanha, inicialmente. Nenhuma informação sobre nós, aqui no mato.

É interessante notar que a Microsoft parece estar aprendendo, e fugindo de seu maior demônio, suporte ao legado. Fontes garantem que em Junho irão lançar um programa de upgrade para dar fim ao Zune 30GB. Donos de Zunes com defeito, mesmo fora da garantia poderão trocar seus aparelhos mortos por um desconto de até US$70,00 na aquisição de um player novo. Os modelos com HardDisk continuarão a ser vendidos, os com Flash serão descontinuados em prol do Zune HD.

A área de jogos está sendo intencionalmente omitida, coisas grandes virão na E3.

Com essa unificação dos serviços de distribuição de conteúdo os 4 milhões de usuários do Zune ganham 18 milhões de usuários ativos do serviço Xbox Live, que já estão acostumados a consumir conteúdo via console, e agora passam a ter uma opção de portar o mesmo conteúdo para uma plataforma mobile.

Fazendo uma analogia, é como se todo mundo usasse o iTunes e um dia aparecesse um iPod em nossa vida.

Essa visão ainda vai ser muito expandida, nos planos a longo prazo da Microsoft não só nosso conteúdo de entretenimento existirá na Nuvem, aparecendo nos aparelhos de acordo com nossa necessidade. A idéia é que nosso ambiente de trabalho nos acompanhe. Entrou em uma lanhouse? Acesse com seu login e senha e todos os seus dados E programas estarão disponíveis. Como garantir que os programas funcionem? Uma dica: Virtualização.

Vão conseguir? Bem, uma outra dica: A plataforma de serviços Zune pode e será licenciada, e a Microsoft tradicionalmente prefere trabalhar com parceiros de hardware, a fabricar algo próprio. Imagine então um fabricante de um player como o xing-ling publicado ontem. Imagine que o aparelho preencha os requisitos de performance da plataforma. Com um acordo o fabricante passa a ter acesso a toneladas de conteúdo. Uma iTunes Store que não está restrita a um único dispositivo de um único fabricante.

Desta vez Steve Jobs está perdendo cabelo sem ser por causa dos remédios.

Fonte: CNET, Galileu, Zune Scene, Guardian

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