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Polícia de Los Angeles afirma ter desbloqueado o iPhone 5s

Oficiais de LA alegam que dados em iPhone 5s (que conta com criptografia mais robusta que o 5c) foram recuperados utilizando método não revelado

8 anos atrás

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Se a Apple já estava preocupada com os órgãos de segurança norte-americanos vencendo seus métodos de criptografia no iPhone 5c, o mais recente capítulo dessa novela seguramente acionou todos os alarmes em Cupertino: a polícia de Los Angeles alega ter desbloqueado com sucesso um iPhone 5s, um aparelho com uma segurança maior que o aparelho dos terroristas de San Bernardino.

Para variar o departamento de polícia não discute qual método foi utilizado, apenas informou através de comunicado que conseguiu acesso às informações protegidas no smartphone top da Apple em 2013, e para isso teria contado com os serviços de “uma empresa forense de telefonia celular”. O suspeito habitual é novamente a Cellebrite, a mesma que teve acesso aos dados dos terroristas ao empregar muito provavelmente o método de espelhamento de NAND, que consistem em remover a memória Flash, copiá-la e lê-la externamente.

O iPhone 5s em questão está envolvido em uma investigação criminal, mais precisamente de uma acusação de homicídio. April, a dona do iGadget era esposa do ator Michael Jace (o — quão irônico — oficial da LAPD Julien Lowe da série de The Shield). Ele é acusado de matá-la em 2014 e o processo está rolando; a promotoria acreditava que o iPhone da vítima continha dados importantes que poderiam incriminá-lo de vez. Há indícios que as constantes discussões entre eles tenham ficado registradas no iMessage ou outros apps de mensagens.

Como o iPhone de April Jace estava protegido por senha as investigações empacaram. Em 2015 um técnico da Apple foi descolado para contornar a proteção, sem sucesso (isso ou ele deu uma de João-sem-braço, o que não duvido). Sem ter como vencer a criptografia, a LAPD apelou para um terceiro, cujo método teria dado certo. O procedimento foi realizado no início deste ano.

Para variar nada é discutido sobre que método foi utilizado e muito provavelmente, nem a empresa e nem a polícia de Los Angeles ensinarão o caminho das pedras à Apple. E é melhor assim, se pararmos para pensar: a proposta do FBI de que as empresas de tecnologia deveriam manter uma porta aberta com tapete vermelho estendido, para que o bureau e outros órgãos pudessem acessar os dados de quem desejassem quando quisessem é ridícula. Não se mantém um sistema seguro assim.

Como diz o ditado, três pessoas podem manter um segredo quando duas delas estão mortas. A Apple tem o dever de endurecer cada vez mais suas defesas para manter hackers e xeretas com distintivos de fora, e estes últimos devem investir seus milhões em ferramentas próprias tão cascudas e caras que só poderão ser utilizadas assim, em último caso.

É melhor do que bater a cabeça com um serviço que não atende solicitações da justiça e decidir derrubá-lo completamente, prejudicando quem não tem nada a ver com a história.

Fonte: Los Angeles Times.

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