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Manowar — Louder Than Hell — 20 anos depois

Louder Than Hell do Manowar está fazendo 20 anos de idade. Vamos voltar a este fenomenal disco e rever suas músicas poderosas e divertidas. Recomentado apenas para os amantes do verdadeiro Heavy Metal.

8 anos atrás

Eu acho um choque quando você está ouvindo um CD que comprou no lançamento e percebe que ele já tem 20 anos de estrada. Isso acaba de acontecer quando coloquei o Louder Than Hell do Manowar para rodar na vitrola. Duas décadas se passaram desde o lançamento daquele que é, na opinião daquele que voz escreve, o melhor disco da banda.

Para quem não conhece, o Manowar é considerado uma anedota no mundo do Heavy Metal. Quatro caras machões, musculosos, geralmente besuntados de óleo, com cara de poucos amigos e, geralmente, as capas dos discos envolvem motos potentes, espadas e roupas que lembram as histórias em quadrinhos do Conan. Além disso temos todo um discurso de luta pelo Heavy Metal, morte aos falsos (seja lá o que isso queira dizer) e muita testosterona. Para se ter uma ideia, vejam a foto promocional abaixo.

UNITED KINGDOM - OCTOBER 01: Photo of Scott COLUMBUS and Ross FRIEDMAN and MANOWAR and Joey DeMAIO and Eric ADAMS; Posed studio group portrait, full length, barechested L-R Joey DeMaio, Ross the Boss, Eric Adams and Scott Columbus, (Photo by Fin Costello/Redferns)

Tudo bem, a foto é da década de 80 e os caras melhoraram um pouco em seu marketing, mas o discurso continua o mesmo. Um lance divertido, mas que é levado muito a sério pelos fãs. Mas, o importante aqui é a musica e nesta parte o Manowar manda muito bem. Heavy Metal simples, tocado com paixão e letras que caminham pelo mundo das batalhas, fantasia e, principalmente, amor pelo Metal. A maioria das canções são tão legais que você fica com vontade de pegar sua espada, montar em seu cavalo e defender a causa junto com seus irmãos de batalha. Só quem conhece vai entender do que estou falando.

Em 1996 a banda não estava muito bem de popularidade. Eles estavam vindo de um álbum muito mais ou menos (The Triumph of Steel de 1992) e, sinceramente, poucos ainda os consideravam relevantes. Foi aí que caiu a pedrada. Louder Than Hell não só trouxe a banda de volta ao círculo das mais importantes do Heavy Metal como se mostrou o melhor disco da carreira do quarteto.

manowar_louder than hell

A brincadeira começa pela ótima capa que, no CD, se desdobra virando um poster. Muito bacana, mas é meio complicado colocar novamente o encarte dentro do CD depois de desdobrado. Eu mesmo só tirei ele uma vez da capa. A principal surpresa do disco é o andamento das músicas. Composições simples, com instrumental simples, ritmos cativantes, letras poderosas e muita diversão. Lembrando que, no caso do Manowar, diversão são letras como essa:

"Brothers of metal
We are fighting with power and steel
Fighting for metal, metal that's real
Brothers of metal will always be there
Standing together with hands in the air"

O disco abre com a pancadaria de Return of the Warlord que foi composta especialmente para comemorar a volta do baterista Scott Columbus ao grupo. Depois temos dois hinos de amor ao Metal chamados singelamente de Brothers of Metal e The Gods Made Heavy Metal. Como não bater cabeça com um refrão como esse:

The gods made heavy metal,
and they saw that it was good.
They said to play it louder than hell,
we promised that we would.
When loosers say its over with,
you know that its a lie.
The gods made heavy metal,
and its never gonna die.”

O álbum continua com a baladinha “melacuecademacho” Courage (introdução com um piano muito bacana) e logo depois temos as rápidas, porém melódicas, de Number One e Outlaw. A próxima composição, The King, traz de volta o lado épico da banda com um ótimo trabalho de guitarra e baixo. Depois disso o ritmo cai de velocidade com as instrumentais Today is a Good Day to Die (fenomenal) e My Spirit Lives On (a música mais fraca do disco). Fechamos o espetáculo com a pancadaria de The Power.

Esse é o tipo de disco que todo amante de Heavy Metal deveria ter em casa. Uma verdadeira aula de amor ao estilo. O Manowar surgiu em 1980 em Nova Iorque. Atualmente é composto por Eric Adams nos vocais (extremamente limitado nas apresentações ao vivo, mas já garantiu lugar na história com seu estilo), Joey DeMaio no baixo (líder e dono da banda), Karl Logan nas guitarras (que entrou na banda justamente neste álbum) e Donnie Hamzik na bateria (substituindo Scott Columbus depois de sua morte em 2011).

Yaroslav Firsov — Manowar Return of the warlord

Sendo honesto, não é o tipo de banda que um adolescente de hoje ouviria com satisfação, ainda mais com os estilos alternativos de rock e metal que encontramos no mercado. Mas, nos anos 80 e 90 eles faziam parte do panteão sagrado de qualquer moleque. Eu cresci ouvindo essa música e a jornada dos guerreiros sagrados do Metal está gravada em fogo em minha alma. Hail Kings of Metal.

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