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E assim começa: Robô quase mata trabalhador na Suécia

15 anos atrás

O atentado ocorreu em Junho de 2007, mas por motivos obscuros só ficamos sabendo agora que um trabalhador na cidade de Bålsta, norte de Estocolmo teve quatro costelas fraturadas e quase morreu, ao ser atacado por um robô industrial.

O equipamento, usado para levantar pedras pesadas estava aparentemente desligado, mas quando pobre sujeito chegou perto para fazer manutenção no robô, este voltou à vida, agarrou-o pela cabeça e começou a sacudir.

O jornal The Local usa as exatas palavras:

"O homem teve sucesso em se defender, mas não sem antes sofrer ferimentos graves"

"Se defender". Ninguém se defende de um acidente de carro. Ninguém se defende de um elevador com defeito ou de um aquecedor que explode. O ato de se defender implica alguém (ou alguma coisa) determinado a causar dano.

Outros não tiveram tanta sorte. Em 1981 ocorreu a primeira morte causada por um robô nos Estados Unidos, de lá para cá a quantidade de fatalidades só aumenta, convenientemente disfarçada como "acidentes industriais".

Hoje robôs industriais possuem sirenes e giroscópios para alertar humanos de sua presença, os mais modernos contam com sensores que identificam obstáculos e desviam para não acertá-los, mas e robôs menores? Em 2002 a ONU estimava para o fim de 2003 600.000 robôs-aspiradores e cortadores de grama. Quais as chances de um acidente? Quantos já ocorreram? Ninguém sabe.

O grande problema não é que robôs sejam inteligentes e malignos e queiram nos destruir. Isso, como aquecimento global é problema para nossos netos, não me interessa. O nosso grande problema é que robôs ainda são muito burros.

Isaac Asimov praticamente resolveu o problema ao criar as Três Leis da Robótica:

1 - Um robô não pode ferir um ser humano ou por inação permitir que um ser humano seja ferido.

2 - Um robô deve obedecer as ordens dadas por seres humanos, exceto quando conflitarem com a Primeira Lei

3 - Um robô deve proteger sua existência desde que tal proteção não conflita com as duas Primeiras Leis

Simples, não?

Será, quando um aspirador ou mesmo o seu PC entender o conceito de "Ser Humano". Hoje em dia as máquinas ainda não entendem o conceito de "bom senso", um aspirador esperto desviará de uma criança no chão da mesma forma que desviará de um tijolo.

Nossos robôs estão em sua infância, mas serão crianças de várias toneladas, algumas vezes armadas. Em 1988 um Airbus com 290 pessoas a bordo foi derrubado no Estreito de Ormuz, quando o computador do cruzador USS Vincennes achou que estava rastreando um F14 iraniano. Houve profunda incompetência por parte da tripulação, mas a interface de usuário e as rotinas de tomada de decisão tiveram forte responsabilidade também.

Assustador? Então que tal eu dizer que caso você fique internado em um hospital topo-de-linha, seus remédios serão escolhidos e selecionados por um robô?

Meu problema não é colocar nossas vidas e nossa saúde nas mãos dos robôs. A preocupação é confiar em robôs que ainda são no máximo duas vezes mais inteligentes que o pessoal que fala "Pow, deixei um scrap, me add aí!".

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