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Mais um passo rumo a um Tricorder - via Microsoft

15 anos atrás

Se há uma área da tecnologia onde os equipamentos são caros é a médica. Um simples estetoscópio decente começa em R$400,00 (porcarias chinesas não contam). Qualquer coisa eletrônica mais complexa que um monitor de glicose ou termômetro digital de farmácia, é uma fortuna.

Quando não é o custo, é o tamanho e a portabilidade. Mesmo um simples aparelho de Raio-X para uso médico (não o dos Caçadores de Múmias do Discovery) precisa de um carregador estilo "sim, bwana" dedicado.

Assim uma tecnologia que misture custo baixo com portabilidade é um sonho quase de ficção científica, e que melhor exemplo de ficção do que os tricorders de Jornada nas Estrelas, pequenos aparelhos multi-função, com uma versão médica, capazes dos mais variados exames, utilizando uma sonda externa, e apresentando grande poder computacional?

Pena que não temos nada assim. Ou temos?

É seguro dizer que os smartphones modernos apresentam mais poder de processamento do que as máquinas ainda em uso em muitos hospitais. A primeira versão comercial da Tomografia Computadorizada tomava duas horas e meia de processamento de um mainframe. As primeiras tomografias de cérebro produziam imagens de 80x80 pixels de resolução e consumiam 7 minutos de CPU de um minicomputador Nova, da Data General, com 4KB de memória, o auge da tecnologia de 1969.

William D. Richard e David Zar, dois engenheiros de computação da Universidade do Estado de Washington perceberam isso e tiveram a idéia de adaptar sensores médicos a celulares, aproveitando a capacidade de processamento E comunicação dos mesmos.

Chamaram para um bate-papo a Microsoft, que tem uma divisão de pesquisas ativa, quer achar mais usos para o Windows Mobile e tem uma tradição de filantropia na área de saúde.

Saíram de lá com todo o aoio, mais US$100 mil de verba de pesquisas.

Um ano depois eles conseguiram otimizar sondas de ultrasom comerciais, melhorando consumo de energia, algoritmos de processamento, design e taxas de transferência, adaptando-as para celulares Windows Mobile.

Assim um simples celular pode ser usado como equipamento de processamento e visualização para exames de rins, fígado, útero, próstata, bexiga, olhos e mais o que seja lá que façam com ultrasom.

Mais ainda: Como uma máquina de ultrasom custa em torno de US$30 mil e mesmo um Sony-Ericsson Xperia de R$3 mil (no Brasil) não chega nem perto disso, a popularização do aparelho, em clínicas com poucos recursos é certa.

As sondas normais ficam na casa dos US$2 mil, mas os criadores do projeto almejam um preço final de US$500,00 para suas sondas otimizadas.

A idéia é que médicos ou profissionais de saúde em áreas carentes, como os cafundós da Africa possam realizar exames e, como estão usando celulares, enviar as imagens ou vídeos para especialistas em qualquer lugar do mundo, obtendo assim um diagnóstico mais preciso.

Nessas horas eu me orgulho de promover tecnologia.

Fonte: Cellular-News

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