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David Brevik fala sobre a criação do Diablo

Criador fala sobre o processo de desenvolvimento do Diablo e como um dos jogos mais emblemáticos da indústria poderia ter sido bem diferente.

8 anos atrás

diablo

Em dezembro completará 20 anos do lançamento do Diablo, um dos jogos mais emblemáticos da história e para dar início às comemorações pela data, o seu idealizador falou um pouco na Game Developers Conference sobre o interessante processo de desenvolvimento do título.

Afirmando ser alguém que sempre sonhou em trabalhar na indústria dos games, David Brevik contou que inicialmente a ideia era fazer com que o jogo funcionasse por turnos, assim como acontecia no X-COM e outro título que lhe serviu de inspiração foi o Rogue, onde os estágios eram gerados aleatoriamente e se morrêssemos tínhamos que começar tudo novamente.

Então, enquanto trabalhava numa empresa que criava clip-arts, o game designer conversava com amigos na hora do almoço sobre os conceitos do jogo, até que decidiu fundar um estúdio, o Condor. Lá ele aperfeiçoou a ideia, definiu os parâmetros para o game e chegou a sugerir que ele contasse com discos de expansão que adicionariam novos itens, com seu visual adotando a técnica de stop-motion usando modelos feitos com massinha, mas percebeu que o trabalho para criar tudo desta forma seria descomunal.

Sem que o projeto saísse da gaveta, o estúdio tratou de se dedicar a outros jogos, como o Justice League: Task Force para Mega Drive e durante uma visita ao Consumer Electronics Show eles descobriram que outra empresa estava criando um jogo para Super Nintendo tendo como tema justamente a Liga da Justiça, tratava-se da Silicon and Synapse, que depois ficaria conhecida como Blizzard, e aquilo acabou os aproximando.

A feira também serviu para que a empresa de Brevik procurasse interessados em publicar o Diablo, o que não aconteceu, mas pouco depois surgiu a oportunidade da Blizzard tornar o projeto realidade, mas não sem que uma profunda mudança fosse feita. Para a editora, as batalhas do jogo deveriam acontecer em tempo real e embora o game designer não gostasse da ideia, ele acabou sendo convencido e cerca de três horas conseguiu fazer com que a estrutura fosse alterada. Nascia ali os RPGs de ação.

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Tudo parecia correr muito bem, até que Brevik percebeu que o dinheiro para o desenvolvimento estava acabando e a solução seria vender o estúdio. Teve início então uma espécie de leilão entre a 3DO e a Blizzard, e apesar da primeira ter lhe oferecido o dobro de dinheiro, ele nunca cogitou essa possibilidade e a sua desenvolvedora acabou se tornando a Blizzard North.

Além de se dedicar à criação do Diablo, a equipe também foi incumbida de desenvolver a Battle.net, plataforma multiplayer que existe até hoje e que de acordo com David Brevik, rodava em apenas um computador, muito devido a genialidade de Mike O’Brien, hoje presidente da ArenaNet.

Outro detalhe curioso sobre o jogo é que a sua tradicional barra de ação rápida, onde precisamos apertar apenas uma tecla para executar algo só foi implementada cerca de três meses antes do lançamento e se hoje a Blizzard é uma das gigantes da indústria e o Diablo serve como referência para muitos títulos e até gêneros, muito do mérito deve ser dado a David Brevik.

Fonte: PC Gamer e GameBeat.

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