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World Press Photo — 16% das fotos são desclassificadas

Depois da edição de um código de ética e de passar por várias polêmicas envolvendo fotos adulteradas, o World Press Photo anuncia que 16 % dos finalistas foram desclassificados por manipulação extrema nas fotos.

8 anos atrás

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O World Press Photo é um dos mais importantes prêmios do fotojornalismo mundial. Assim como a frase anterior aponta, fotojornalismo está dentro da fotografia realidade, que busca mostrar ao público uma informação, comunicar um fato. Por essa definição, editar ao extremo, eliminar partes, ou manipular uma imagem é visto como um sacrilégio para quem dedica a vida a esse tipo de fotografia. Mas, na realidade não é bem assim.

Nos últimos anos o World Press Photo tem sido sacudido por polêmicas envolvendo a manipulação das imagens vencedoras. Em 2013 o fotógrafo Paul Hansen sofreu acusações de ter modificado digitalmente a foto que ganhou o grande prêmio. Depois de uma investigação e da análise do arquivo RAW foi constatado que a foto era verdadeira, mas tinha passado por várias edições para aumentar a dramaticidade do momento.

Por conta desta polêmica o juri do concurso decidiu endurecer na hora das análises e a premiação de 2014 (que foi anunciada em 2015) desclassificou 20% dos finalistas por conta de problemas com a edição das fotos. Porém, mesmo assim, houve polêmica com o fotógrafo italiano Giovanni Troilo que foi vencedor da categoria Questões Contemporâneas. Ele foi acusado de encenar as fotos e falsificar a realidade.  O fotógrafo perdeu o prêmio por um problema técnico (descobriu-se que uma das fotos do ensaio foi feita em um local completamente diferente das outras do conjunto).

Para evitar que esse tipo de coisa voltasse a acontecer a organização do evento editou no final de 2015, pela primeira vez em sua história, um código de ética. E parece que as novas normas estão sendo aplicadas. No dia 01 de março o site da revista Time noticiou que a banca examinadora da premiação de 2015 (que ocorre agora) eliminou 16% dos finalistas por problemas encontrados na edição das fotos (foram 174 finalistas para essa edição).

Destes, 07 foram retirados por clonagens em partes das fotos e 22 foram retirados por processamento extremo. Lars Boering, diretor da disputa, disse ao Time que eles receberam uma tonelada de desculpas dos concorrentes que foram confrontados a respeito do desrespeito das normas. A mais recorrente é que a fotografia havia sido enviada erroneamente para o concurso, que deveria apenas fazer parte da galeria particular do fotógrafo.

A coisa fica mais estranha ao ver um relatório que a própria organização do World Press Photo divulgou no final de 2015. Em uma pesquisa feita com fotojornalistas ficamos sabendo que 25% dos entrevistados admitiram que em algum momento fizeram mudanças em suas fotos e 51% afirmam melhorar suas fotos com a edição de contraste, cor, nitidez.

Esperemos que este ano a premiação aconteça sem nenhum problema e que o número de fotos desclassificadas por infringirem o código de ética caia a zero nos próximos anos.

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