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ARM: gráficos em dispositivos móveis superarão PS4 e Xbox One em 2017

ARM causa polêmica ao afirmar que os gráficos de consoles da 8ª geração serão superados pelos de dispositivos móveis já no próximo ano.

8 anos atrás

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A ARM comprou uma briga boa ao defender o avanço da tecnologia presente nos processadores móveis: segundo a companhia responsável pela arquitetura adotada em muitos chips presentes em diversos smartphones e tablets, a capacidade dos mesmos em gerar gráficos de alta qualidade evoluirá ao ponto de superar os apresentados nos principais consoles de mesa do mercado, o PS4 e o Xbox One.

Durante uma conferência em Amsterdã no início desta semana, o diretor do ecossistema ARM Nizar Romdan explicou que a capacidade dos chips móveis em gerar gráficos vem sendo melhorada a cada ano que passa, o que verdade, e que seguindo a Lei de Moore (afinal, ela morreu ou não?) modelos cada vez mais rápidos e capazes de executar mais operações irão aos poucos suplantar o que vemos hoje em consoles.

Essa discussão não é exatamente nova e faz um pouco de sentido, se compararmos o modelo de negócios dos dois mercados: as linhas de smartphones e tablets são renovados todos os anos, mesmo que você não compre um iPhone novo toda vez. Fabricantes parceiros da ARM como nVidia, Samsung e Texas Instruments e concorrentes como TSMC e Qualcomm (e de certa forma a Samsung também, que joga com várias arquiteturas) se valerão dos processos de litogravura cada vez melhores, que prometem maiores resultados na hora de calcular mais operações com o mesmo esforço. APIs de baixo nível como a Mantle da AMD, a DirectX 12 da Microsoft, a Metal da Apple e a recém-lançada Vulkan, de código aberto também serão cruciais nessa empreitada.

Por outro lado, consoles de mesa são projetados para durar MUITO tempo. Em termos de longevidade nenhum outro gadget que utilizamos ganha dos videogames. Seu hardware é geralmente de ponta no lançamento para aguentar os vários anos que ele é designado para viver e receber suporte. Eles são o Yoda, o Mestre Ancião dos gadgets.

Logo, imaginar que um hardware de 2013 não será superado por um mercado que se atualiza o tempo todo seria ingênuo, mas há outros fatores. Romban exibiu durante a conferência um gráfico que demonstra a capacidade de cálculo de Operações de Ponto Flutuante por segundo (ou flop/s) de diversos tipos, traçando a evolução gradual dos dispositivos móveis:

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Hoje smartphones e tablets já são capazes de realizar mais 1 Tflop/s, bem à frente dos consoles de sétima geração, o PS3 e o Xbox 360 (quem já jogou algumas coisas mais potentes num smartphone sabe que isso é verdade). O Xbox One alcança cerca de 1,31 Tflop/s e o PS4, em torno de 1,84 Tflop/s. Como ambos os consoles terão uma vida média especulada de seis ou sete anos (acredito que os novos consoles não devam aparecer antes de 2019), os chips móveis os ultrapassarão mais ou menos no 4º trimestre de 2017, rompendo a barreira dos 2 Tflop/s.

O mercado gamer PC é outra história, a Master Race já extrapolou a casa dos 5 Tflop/s em 2012.

Há de se levar em conta fatores como consumo de energia e capacidade das GPUs embarcadas, mas a tendência é que os chips fiquem cada vez mais rápidos e melhores. O mercado gamer móvel, que se expandiu consideravelmente nos últimos anos e está matando os consoles portáteis impulsionou as fabricantes a oferecerem chips mais potentes graficamente e a chegada da interação 3D, onde smartphones podem ser acoplados a acessórios como o Gear VR também ajudou.

Claro que existe uma grande diferença entre oferecer gráficos melhores e uma experiência superior. Muitos não abrem mão de jogar nos seus consoles de mesa, até porque um jogo de ponta num iPhone ou Android vai drenar a bateria em dois tempos. Ainda assim, gráficos de última geração sempre serão um fator de venda decisivo para muitos fabricantes, logo é interessante correr atrás.

Fonte: Venture Beat.

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