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Péssima idéia: uma pistola não-letal para uso doméstico

Há os que digam que ter uma arma em casa é ruim, outros dizem que não. Um pessoal, pelo visto, "reinventou" o que seria uma pistola de bala de borracha doméstica

8 anos atrás

Armas têm uma reputação ruim, mas existem muitas outras tecnologias que, usadas de forma errada, causam acidentes fatais. As mortes por uso negligente de armas de fogo são ínfimas comparado ao número de mortes no trânsito causadas por incompetência. Usar armas não letais, como as famosas armas de bala de borracha, por exemplo, pode ser um meio termo?

salt-arma / reprodução

Treinamento, disciplina e responsabilidade são essenciais para ter uma arma. Isso deveria valer para ter um carro também. Em um mundo ideal, você começaria sem direito a adquirir nenhum dos dois e só depois de muito treino convenceria um órgão regulador a te permitir possuir qualquer um dos dois.

Uma arma assim, usada em casa para defesa por uma pessoa treinada pode fazer toda a diferença, já na mão de gente irresponsável, é pior do que estar desarmado.

Agora um pessoal resolveu inventar uma solução que consegue ser pior do que alguém sem treino com uma arma: alguém sem treino com uma arma não letal, que parece uma arma de verdade. Esta bagaça aqui.

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O negócio é, basicamente, uma arma de paintball que dispara munição com pimenta ou sal. Se dissessem que era para temperar saladas eu acharia interessante, mas dizem que é para defesa pessoal, usando o argumento de que “uma arma não precisa tirar uma vida para proteger uma vida”.

Esse pensamento lindo e fofinho aparece em todo vídeo de tiroteios. Sempre tem um Capitão Retrospecto que reclama que poderiam ter atirado na arma ou na perna. Ou mesmo ricocheteado na parede, derrubando um vaso de planta, que cairia em um ancinho e abriria a porta do armário para soltar uma bola de boliche no pé do bandido.

Na vida real não funciona assim. Você tem uma fração de segundos para reagir, mira no centro de massa, onde há mais probabilidade de acertar, e atira até a ameaça estar eliminada.

Nos EUA, onde é permitido o uso de spray de pimenta, o procedimento nos casos de autodefesa é atingir o agressor e sair correndo. Pessoas diferentes reagem de forma diferentes, mas nenhuma se encaixa no perfil descrito no material de divulgação da tal arma, chamada de "Salt".

O sal grosso é munição tradicional em armamento não letal. Ele se estilhaça, perdendo muita energia no processo, e você acaba com uma área grande atingida. Nenhum ferimento profundo é feito, mas dizem que arde horrores.

Já a munição de pimenta, segundo eles, funciona mesmo que erre o alvo, com um raio de ação de mais de 1 metro, e incapacita um agressor por até 30 minutos. Eu acredito, até provarem o contrário.

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Ao contrário do que Hollywood ensina a maioria das pessoas, mesmo bandidos, não são fãs da ideia de matar os outros, nem de morrer. Por isso, um simples tiro de aviso é suficiente para dissuadir a maioria dos bandidos. Também, por isso, os casos de latrocínio são muito menores que os de assaltos simples.

Só que quando você confronta um invasor armado, tendo em suas mãos algo que para todos os fins práticos é uma arma, a reação natural é reagir. E na briga Chumbo vs Pimenta nem na Bahia a pimenta ganha.

Portanto, em nome de uma elucubração ideológica você acaba com uma arma que, na melhor das hipóteses, não funciona e, na pior agrava, a situação. Parabéns aos envolvidos.

Com informações: Digital Trends

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