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Nova Iorque contra as vans de raios-X da polícia

Polícia de Nova Iorque defende uso de vans de raios-x como unidades antiterrorismo; população quer acesso aos dados por preocupações com saúde e privacidade

8 anos atrás

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A polícia de Nova Iorque comprou uma briga ferrenha com a população quando em 2012 introduziu um novo método polêmico de combate ao crime: uma frota de vans chamadas Z Backscatter, equipadas com um sistema de retrodifusão (na prática não são raios-X, a faixa de espectro é diferente) capaz de inspecionar cargas de veículos e contêineres suspeitos, e até mesmo consegue imagens através de roupas finas.

A desculpa oficial é de que a frota é uma unidade antiterrorista, mas como o frenesi pós 11/9 passou os nova-iorquinos nunca engoliram os veículos, argumentam com razão que se trata de invasão de privacidade.

TrÊs anos atrás o site ProPublica protocolou uma ação contra a polícia por negar a um jornalista acesso a relatórios, mateirais de treinamento e boletins médicos, pois há a preocupação de que os scanners possam afetar a saúde dos cidadãos (há controvérsias quanto a isso já que não são raios-X, mas os reclamantes têm um ponto quanto à privacidade). A polícia se negou a atender à requisição de quebra de sigilo argumentando que isso prejudicaria suas investigações.

Em janeiro, a Suprema Corte do Estado decidiu que a polícia não poderia utilizar tal desculpa para fugir da responsabilidade de fornecer informações que não são sigilosas à população, exigindo que o material fosse entregue para apreciação. Novamente o departamento de polícia se recusou a cooperar. Agora uma ação na justiça da União de Liberdade Civil de Nova Iorque, ou NYCLU para os íntimos na corte de apelação exige que a decisão da Suprema Corte seja mantida, e os dados das vans se tornem públicos.

Donna Lieberman, diretora da NYCLU argumenta que “os cidadãos têm o direito de saber se as vans estão prejudicando sua saúde ou se estão espionando suas casas”, algo que penso eu não deveria ser de competência da polícia. O chefe de polícia Bill Bratton, entretanto já avisou que não vai tolerar nenhuma forma de “intimidação” sobre o uso das vans (curioso ele dizer isso de uma decisão da Suprema Corte), que seus equipamentos são essenciais na guerra contra o terror e que elas vão continuar rodando, quer a população queira ou não. Ele diz que levará a situação aos tribunais e que “quem discorda que os veículos são usados conforme a lei vai perder”.

Vale lembrar também que cada van custa entre US$ 729 mil e US$ 825 mil aos cofres públicos, portanto saber o que elas andam vendo é o mínimo esperado. De qualquer forma essa briga ainda vai longe.

Fonte: Extreme Tech.

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