Meio Bit » Arquivo » Indústria » Nokia compra briga com operadoras. Motivo: Skype

Nokia compra briga com operadoras. Motivo: Skype

15 anos atrás

Quem acompanhou o artigo da Wired contando a história do iPhone sabe o quanto é complicado negociar com operadoras de telefonia, e quanto elas estão apavoradas com medo de se tornarem irrelevantes.

Faz sentido. As pessoas querem um iPhone, não um iPhone da Vivo. Com a portabilidade numérica então, a operadora de telefonia se encaminha para ser apenas uma provedora de serviços, como a concessionária de energia elétrica.

Por isso qualquer coisa que afete os ganhos financeiros e de posicionamento de marca é vista como heresia. E nada mais pecaminoso do que o VOIP. Essas tecnologias, capitaneadas pelo Skype tornam o próprio core business da operadora irrelevante. Só precisamos de uma conta Skype Out e ligamos para qualquer lugar do mundo, a custos bem inferiores aos praticados pelas operadoras da vida.

O VOIP é tão "maligno" que a Apple foi forçada a incluir cláusulas limitando seu uso; no iPhone só poderão rodar aplicações que façam VOIP via WIFI, não via 3G.

Os telefones da Nokia não têm essa limitação, por isso a Orange e a O2, na Inglaterra não gostaram nada de saber que a empresa finlandesa pretende incluir um cliente Skype no Nokia N97. Ameaçaram inclusive boicotar o aparelho em suas linhas de produtos.

Nas palavras de uma fonte anônima, esse tipo de atitude enriquece o ecosistema da Nokia mas transforma as operadoras em "canos burros". E ninguém quer ser um cano burro.

Ou quer? As operadoras T-Mobile e 3, também inglesas oferecem já aparelhos com VOIP, sem limitações. Elas entendem que quanto mais serviços melhor para fidelizar o usuário, e pouco importa se ele paga por ligações ou conexão Internet, desde que pague.

A briga é feia e é antiga. Pelo menos 5 anos atrás a Telemar já incluía no contrato do Velox uma cláusula proibindo o uso do serviço para conexões VOIP. Não sei se chegou a ser exercida em algum lugar, mas legalmente estavam amparados pelo Contrato.

Fonte: Ars Technica

relacionados


Comentários