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Konami é acusada de tratar muito mal seus funcionários

Denúncia: cultura interna da Konami se converteu em um pesadelo, ou melhor dizendo, em uma corporação ocidental típica

8 anos e meio atrás

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Algo muito, muito estranho acontece na Konami. Não estamos falando apenas da rusga entre a empresa e Hideo Kojima, que levou à saída do produtor de Metal Gear em termos não muito amigáveis: segundo reportes do site Nikkei, a cultura interna se converteu nos últimos anos em algo não muito agradável.

Segundo a denúncia, as coisas começaram a mudar dentro da Konami em 2010, com a introdução de Dragon Collection. O título é um game social para smartphones, e desnecessário dizer ele se tornou um sucesso. Isso levou a um insight não muito agradável: com os custos de games AAA cada vez maiores, seria muito mais lucrativo para a empresa se focar em títulos mobile que exigem menor investimento e retornam grandes cifras.

Pouco tempo depois o foco da Konami se voltou para títulos móveis, potencialmente mais lucrativos e mais baratos de serem produzidos. O problema é que a cultura interna da companhia mudou radicalmente de forma a se adequar à nova realidade. E não falo apenas de deletar Kojima da história recente.

De acordo com a Nikkei, que apurou as denúncias junto a contatos próximos à Konami dizem que a rotina de trabalho do estúdio se tornou algo mais próximo de muitas companhias ocidentais, onde o funcionário possui zero liberdades: os horários de entrada e saída são rigidamente monitorados através de cartões de ponto, e caso um funcionário se atrase ele é repreendido vergonhosamente, tendo seu nome anunciado.

Há câmeras por todos os lados, não por questões de segurança, mas para monitorar o que os funcionários estão fazendo. Não obstante os mesmos não possuem e-mails individuais identificáveis, mas uma string aleatória de letra e números que é alterada periodicamente. A explicação para tal é evitar que eles sejam contatados por outras empresas.

Ainda assim a Konami vê seus desenvolvedores como apenas ferramentas: aqueles que não são mais considerados úteis são despachados para cargos como faxineiro ou zelador das academias ou fábricas de pachinko. E isso não se restringe a novatos, mas também a criadores de franquias de sucesso do passado.

Mesmo ex-funcionários continuam a ser monitorados: um ex-funcionário anunciou no Facebook que estava saindo da Konami, e seu post foi curtido por seus ex-companheiros. Segundo a denúncia, a empresa remanejou todos os que o fizeram.

Essas e outras medidas teriam sido os principais motivos para a saída de Kojima e Koji Igarashi, entre outros desenvolvedores da companhia. E falando em Metal Gear, a Kojima Productions não teria sido dissolvida, mas renomeada para “Number 8 Production Departament” e os PCs do setor sequer estão conectados à internet. Não obstante, o budget de Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, que será lançado simultaneamente para PS4, Xbox One e PC no dia 01/09 já ultrapassa os US$ 80 milhões, e a Konami não está nada feliz com isso.

Embora muita gente esteja chocada e dizendo “Konami virou o Grande Irmão” e tal, as práticas da empresa não estão tão diferentes de muitas companhias ocidentais. Claro que é algo um tanto incompatível com a realidade do desenvolvimento de games, mas não consigo me chocar tanto assim. No mundo corporativo há histórias bem piores.

Mas da Konami em especial, empresa que anunciou um pachinko de Castlevania com forte temática sexual, não duvido de mais nada.

KpeTakasago777ch • 【ティザー】CRぱちんこ「悪魔城ドラキュラ」ティザームービー

Fonte: Nikkei (em japonês) via Kotaku.

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