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Blind Guardian — Beyond the Red Mirror

Blind Guardian quebra o silêncio de 5 anos e coloca no mercado o disco Beyond the Red Mirror. Prato cheio para quem gosta de Metal com orquestras e temática épica.

9 anos atrás

04.10.2014 --- Blind Guardian promoshoot at Abteiberg in Mönchengladbach, Germany on 4th October 2014 Photocredit: Hans-Martin Issler

Blind Guardian é uma das poucas unanimidades dentro do Heavy Metal. Todo mundo vai ter pelo menos dois discos da banda em sua coleção, e se não tiver só posso lamentar por essa pobre alma. O primeiro disco que comprei foi o espetacular Tales from the Twilight World (1990) e que está em minha estante até hoje (sendo que o toque do meu celular é a incrível The Last Candle). A banda teve uma trajetória muito interessante. Lançou o primeiro disco em 1988 e começou como uma banda clássica de Heavy Metal Melódico (tudo bem, muitos vão dizer que existem outras categorias onde a banda se encaixa, mas vamos deixar as coisas simples) e com o tempo evoluiu inserindo uma sonoridade única em seu repertório. O ápice desta evolução foi o disco Nightfall in Middle-Earth (1998) que pode ser chamado apenas de obra prima. Tudo no disco foi revolucionário e não podia ser comparado com nada que já tivesse sido feito antes. Vocais, orquestrações, guitarras e até a bateria foram concebidos de forma grandiosa para contar a história do livro The Silmarillion de J.R.R. Tolkien (uma das paixões do vocalista Hansi Kürsch).

Porém, o que foi o ápice da banda, também foi sua maldição. Como evoluir depois de tamanho êxito? Os discos subsequentes não conseguiram atingir tamanha genialidade e, de quebra, a sonoridade acabou ficando engessada. O resultado foram discos que são muito parecidos entre si, mas que ainda possuem ótimos bons momentos. Independente destes problemas, o Blind Guardian se manteve como uma das principais bandas do estilo e possuí uma legião absolutamente fanática de fãs em todo o mundo. Agora, depois de 5 anos sem lançar nada, a banda nos brinda com mais um álbum de estúdio. Beyond the Red Mirror é o 10º álbum lançado pela banda, o que nos mostra uma média de um disco a cada dois anos e meio, e nos entrega mais uma obra repleta de referências e com sonoridades que beiram o épico.

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O disco, que possui uma apresentação gráfica muito bacana, é conceitual e uma continuação direta das divagações encontradas no disco Imaginations from the Other Side (1995) onde nos foi apresentado a existência de dois mundos e o argumento explorava, principalmente, as fantasias infantis. Encontramos referências nesse disco aos clássicos de Tolkien assim como de outros clássicos da literatura fantástica. O novo disco é descrito pela banda como uma história entre ficção científica e fantasia. Segundo o vocalista, Hansi Kürsch, o novo disco continua a história de 1995, mas mostra que os dois mundos mudaram radicalmente para pior. Antes haviam várias passagens entre os dois mundos e agora só existe uma, o Espelho Vermelho. Boa parte da história é sobre a importância de se encontrar essa passagem.

Não podemos negar que esse é um disco orquestrado. Participaram da gravação duas orquestras completas com 90 membros cada uma (Orquestra de Budapeste e Orquestra Filarmônica de Praga) e três corais clássicos diferentes (um da Republica Tcheca, um da Hungria e um dos Estados Unidos). Tudo isso para criar o clima certo para as músicas. E como ficou a sonoridade disso tudo? Bem, ficou Blind Guardian. Sim, é possível reconhecer a banda logo nos primeiros acordes de The Ninth Wave, música que abre o disco com coros, orquestras, nove minutos e meio de duração e um refrão grudento. A história segue por músicas igualmente grandiosas como Twilight of the Gods, The Throne e Sacred Mind e algumas que relembram o passado mais pesado, como Ashes of Eternity. Também temos espaço para a quase balada Miracle Machine que relembrou a importância das poucas incursões da banda por músicas mais lentas. O disco fecha com a grandiosa Grand Parede, mais uma música com muitos corais e orquestrações e, novamente, com nove minutos e meio de duração.

Veredito

É um disco superior ao Nightfall in Middle-Earth? Não, mas está anos luz a frente de coisas que a banda lançou nos últimos anos. Um disco forte, coeso, que mantém a média de qualidade ao longo de suas 10 faixas. São 65 minutos de pura diversão para quem gosta de um bom Heavy Metal Melódico com pitadas épicas. Beyond the Red Mirror foi lançado em janeiro de 2015 (infelizmente só tive tempo de ouvir agora) e já está disponível para venda em todas as lojas online do Brasil, inclusive no Submarino.

Não foi lançado um clipe oficial para o disco, mas a Nuclear Blast (gravadora do grupo) decidiu colocar no ar um vídeo com a letra da música Twilight of the Gods, que foi o primeiro single do disco. Confiram abaixo.

Nuclear Blast Records — BLIND GUARDIAN - Twilight of The Gods (OFFICIAL LYRIC VIDEO)

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