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Justiça alemã decide que bloquear ads não é ilegal

Não adianta chorar: na Alemanha, companhias de mídias são derrotadas na justiça e softwares que bloqueiam ads são considerados legais

9 anos atrás

adblock

Criadores de conteúdo para a internet, como todo mundo precisam de dinheiro. O grande problema é o fato de que o método geralmente utilizado para monetizar, o de adicionar ads em seus sites, blogs e vídeos desagrada muita gente. Cada vez mais pessoas apelam para softwares como o AdBlock Plus (que recentemente lançou um browser dedicado para Android), para desespero de todos.

Só que algumas companhias vêm programas do tipo como ladrões, ameaças a seu plano de negócios. Infelizmente para eles a justiça alemã não vê o caso da mesma forma.

O cerne da questão é bem simples, para variar: criadores de conteúdo e formadores de opinião em geral precisam fazer com que suas criações deem lucro, independentemente de ser um vlogger autônomo ou um conglomerado de mídia. Claro que esses últimos têm grana para brigar na justiça e é o que vêm tentando fazer, alegando que softwares como o adBlock Plus não só são ilegais como ladrões.

Uma das acusações é o fato dessas empresas fecharem contratos com provedores a fim de tirar seus nomes da lista negra. O mais famoso é o mantido entre Eyeo — a dona do AdBlock — e o Google. Notícias recentes apontam que a Microsoft e a Amazon também foram movidas para a lista de parceiros mediante pagamento.

Isso é o tipo de coisa que lembra muito o comportamento da máfia: quem pode pagar por proteção sobrevive, quem não pode que se rale para tentar entrar na lista ou morra. Só que tal procedimento dificilmente é visto com bons olhos pelos órgãos reguladores de mercado.

Na Alemanha, as emissoras ProSiebenSat.1 and RTL entraram na justiça exigindo o reconhecimento de softwares que bloqueiam ads como ilegais. Ao contrário do que esperavam, entretanto a corte alemã decidiu que os programas “não eram anti-competitivos”, simplesmente porque os usuários ESCOLHEM se querem ver propagandas ou não. Além disso, foi entendido que a presença do AdBlock e similares não impediu os veículos de encontrarem outras formas de vender seus anúncios.

Não é primeira vez que isso acontece na Alemanha: no mês passado os portais Zeit Online and Handelsblatt também perderam a causa, após um julgamento de quatro meses. A velocidade no segundo caso indica que um precedente foi aberto e dificilmente a mídia alemã vai reverter a situação.

O fato é que a corte alemã preferiu ficar do lado do usuário: ele tem o poder de decidir se quer consumir publicidade na internet ou não, e em caso negativo é responsabilidade dos criadores de conteúdo se virarem para fazer dinheiro de outra forma. Isso ou abrir a carteira para o AdBlock, o que for mais rentável.

Fonte: Venture Beat.

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