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Segundo historiador, humanos (ricos) serão ciborgues daqui a 200 anos

Historiador israelense prevê que ciborgues serão “o maior passo da evolução biológica”; ele alerta entretanto que a segregação social ficará ainda pior

9 anos atrás

locutus

Hoje em dia já vemos inúmeras pesquisas sérias de próteses que interagem diretamente com o cérebro humano, devolvendo controle fino e sensação de tato, entre outras coisas. Claro, estamos correndo para devolver a pessoas que perderam seus membros uma vida absolutamente normal, mas conforme progredimos é evidente que as vantagens contra os seres humanos comuns ficariam evidentes.

Um implante coclear que permita superaudição, técnicas que entregam visão super-humana, atletas paralímipicos mais rápidos, mais fortes que qualquer um… aí vem a pergunta: por que alguém com dinheiro suficiente não gostaria de ter isso também?

É nisso que o historiador e professor da Universidade de Jerusalém Yuval Noah Harari acredita: ele defende que dentro de 200 anos nós vamos evoluir para um “estado divino” superior às limitações humanas. Mas obviamente, isso não será para todos.

Para o prof. Harari, a humanidade vai aprimorar a si mesma para atingir o seu ideal, buscando aquilo que no fundo sempre desejaram: vencer a morte. Para ele as técnicas podem variar entre manipulação genética ou aprimoramentos biomecânicos, sendo este último o mais provável considerando o quão rápido nossa tecnologia evolui.

Harari defende sua ideia pelo simples fato que “o Homo sapiens é programado para ficar insatisfeito, independente de quão grandes sejam nossas conquistas”. Isso nos empurra sempre para a frente, buscando mais e mais; foi nossa insatisfação que nos fez sair das cavernas, construir cidades, conquistar o espaço.

Superar as limitações humanas sempre foi um desejo nosso. Conforme nossas técnicas de integração homem-máquina vão ficando cada vez melhores, é evidente que em algum ponto uma pessoa completamente saudável deseje trocar suas pernas por próteses mais rápidas, seus braços por membros mecânicos superfortes, colocar olhos com visão noturna… com o tempo a técnica evoluiria ao ponto de sermos mais máquinas do que homens, e virtualmente imortais (algo que o Cardoso lembrou aqui ao falar de 3001: a vida orgânica pode muito bem ser um estágio da evolução para algo mais).

O prof. Harari, que discute suas ideias no livro Sapiens: A Brief History of Humankind acredita que a integração com máquinas será “a maior evolução biológica desde o surgimento da vida. (…) Nada mudou em 4 bilhões de anos, mas no futuro seremos tão diferentes dos humanos de hoje quanto somos dos chimpanzés”.

Só que Harari não é ingênuo: ele alerta para a óbvia realidade que nem todo mundo vai virar ciborgue. Como o procedimento seria indecentemente caro apenas os mais abastados o teriam à sua disposição, o que aumentaria ainda mais o fosso entre ricos e pobres.

Imagine um cenário onde os ricos têm tudo, até mesmo o direito a viver para sempre e os pobres nada. Te lembra alguma coisa?

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Harari ainda defende que a religião, o dinheiro e os direitos humanos foram criações humanas úteis para impedir o desgaste da sociedade, mas hoje sendo cada vez mais poderosos os humanos creem menos em Deus. Ou melhor, estão fazendo da tecnologia uma nova religião, e a morte seria mais um obstáculo a ser removido.

A questão é: estamos mesmo caminhando para um futuro brilhante ou vamos acabar numa distopia onde quem tem dinheiro vive para sempre?

Fonte: Telegraph.

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