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Toren — Review

Uma das maiores promessas da indústria de games nacional, Toren chega ao PC e PlayStation 4 com uma belíssima direção artística, mas com sérios problemas em sua mecânica. Leia nossa análise.

9 anos atrás

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Tendo passado por quatro longos anos de produção, recebido o apoio do governo através da Lei Rouanet e sendo claramente inspirado no espetacular ICO, Toren era um jogo que estava sendo desenvolvido pelos gaúchos da Swordtales e sobre o qual recaia uma enorme expectativa, mas após o seu lançamento para PC e PlayStation 4, infelizmente descobrimos que o produto final deixou a desejar.

Nele acompanhamos a saga da Criança da Lua, uma menina que se vê presa na torre que empresta seu nome ao título e que é vigiada por um dragão. Basicamente seu objetivo será tentar fugir do lugar, chegando ao seu topo ao passar por uma série de provações e tendo de enfrentar o assustador guardião.

Com uma história repleta de simbolismo e deixando bastante espaço para interpretações, todo o universo do game gira em torno do amadurecimento da protagonista e de temas como vida e morte, o que consegue fazer muito bem. O problema aqui é que muito da história é contada através de sonhos que precisam ser acessados em determinados locais e como é bastante fácil passar por eles sem os notar, o enredo poderá se tornar mais confuso do que o normal.

No entanto, o grande problema do Toren está em sua mecânica. Além dos controles que parecem não funcionar muito bem, durante a aventura será muito difícil não nos incomodarmos com a repetição. Como praticamente não veremos inimigos nos cenários e com quebra-cabeças extremamente simples, teremos apenas que evitar algumas quedas e entender como ultrapassar certos trechos, o que não deverá causar mais do que uma ou duas mortes.

Some a isso alguns ângulos de câmera que não ajudam e uma animação de pulo que está longe de parecer natural, e controlar a garota muitas vezes será menos divertido do que gostaríamos.

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Vale citar no entanto que o jogo possui alguns trechos bem interessantes, como por exemplo um em que morreremos caso não estejamos protegidos do ataque do dragão, mas se isso acontecer, ficará uma estátua exatamente no lugar em que fomos atingidos e então ela também servirá como proteção. Contudo, infelizmente essas boas sacadas não são muito frequentes.

Porém, não é apenas de defeitos que é formado o Toren. Quando se trata da direção artística o jogo dá um show, com cenários muito bonitos e embora pequenos, bastante detalhados, além de sua própria narrativa. Além disso, a trilha sonora merece destaque, sendo facilmente uma das mais bonitas que ouvi nos últimos anos, contribuindo muito para tornar toda a experiência mais marcante.

toren-2Outro ponto que poderá ser criticado por alguns é a curta duração do jogo. Eu por exemplo levei apenas pouco mais de duas horas para chegar ao seu final, mas não diria que isso foi um problema. Durante esse tempo pude viver satisfatoriamente a aventura e uma nova incursão ao seu mundo ainda me permitiria encontrar locais que não vi na primeira partida.

No fim das contas, Toren está longe de ser um jogo ruim, mas também não conseguiu me marcar da mesma maneira que a sua principal fonte de inspiração fez há muitos e muitos anos. Por estar sendo vendido por um valor bastante acessível (US$ 10) e ser o primeiro jogo da Swordtales, mesmo com esses problemas acho que o jogo merece uma chance.

Apesar de tudo, o pessoal do estúdio merece elogios por conseguir entregar algo tão bonito e se eles souberem aprender com seus erros e usarem esse conhecimento para evoluir, acredito que poderão nos trazer jogos muito legais no futuro, consolidando seu nome como uma das principais desenvolvedoras do país.

PlayStation — Toren - Trailer | PS4

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