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Até que ponto uma empresa tem o direito de monitorar seus funcionários?

Ex-funcionária processa empresa que a demitiu por desinstalar app do celular que monitorava todas as suas ações, mesmo fora do horário de trabalho

9 anos atrás

eyes-on-you

Monitoramento é um assunto sério e delicado, ainda mais quando falamos do realizado no ambiente de trabalho. Ninguém gosta de ficar sob o escrutínio do chefe o tempo todo, mas em certas situações é algo necessário. Mas e quando a empresa se acha no direito de ficar de olho no funcionário o tempo todo?

Não é de hoje que existem empresas que exigem a disponibilidade do colaborador o tempo todo, como se ele não tivesse vida fora do emprego. A tecnologia, essa nossa amiga também contribui para intentos malignos por mais que não gostemos disso: apps de monitoração profissional existem aos montes, e foi um deles que causou uma demissão injusta na Califórnia.

Myrna Arias, ex-executiva da companhia financeira Intermex está processando diretamente seu antigo chefe John Stubits depois de ela ter desinstalado um app chamado Xora, uma solução corporativa que permite companhias a rastrearem os passos de seus funcionários 24 horas do dia.

Xora Web Application Demo

De acordo com o processo (cuidado, PDF), Arias não foi a única a questionar Stubits sobre o que o app é capaz de fazer. O mesmo admitiu, entretanto que ele seria capaz de ficar de olho onde eles estavam o tempo todo, inclusive com informações de como eles dirigiam. Embora Arias tenha expressado que não via problemas em ser monitorada durante o expediente, ela não queria que a empresa soubesse de sua posição através do GPS quando estivesse cuidando de sua própria vida.

Arias se referiu acertadamente ao Xora como um “bracelete de condicional”, ao que Stubits alegou que ela deveria relevar tal “intrusão ilegal”. Ou seja, a empresa sabia que estava fazendo besteira e mesmo assim não se emendava! A desculpa dada pelo chefe? “Você ganha mais do que em seu último emprego” (a saber, US$ 7.250/mês).

Conclusão: Arias desinstalou o app e pouco tempo depois foi demitida, sendo que ela foi inclusive repreendida por tê-lo feito. Ela agora procura reparação na justiça, bem como indenização por perdas e danos de US$ 500 mil.

O que eu acho dessa história? É imoral. Uma companhia não tem o direito de monitorar a vida de seus colaborares fora do ambiente de trabalho, algo que só diz respeito a eles e ninguém mais. O mais legal dessa história é ver que Stubits sabia que estava errado, que o procedimento é ilegal e mesmo assim não abria mão de xeretar a vida privada de seus funcionários. Eu torço para que sobre para todo mundo inclusive para os desenvolvedores do Xora, que fornecem um produto corporativo com uma função ilegal.

Fonte: Ars Technica.

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