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Radio Flash Yongnuo Yn 622 e Yn 622 TX

Está procurando um radio flash TTL para sua câmera? Veja essa pequena resenha do Yn 622C e do Yn622c TX da Yongnuo. Ótimo custo benefício.

9 anos atrás

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Existe uma nova tendência na fotografia de eventos que ensina que flash bom é o flash fora da câmera (palavras do fotógrafo Allan Ely). Não sei se em todos os momentos do trabalho profissional podemos seguir essa premissa, mas já sou conhecedor da técnica de strobist desde o começo da minha carreira (mesmo antes do digital). O flash é uma constante em minha vida e eu o utilizo até em fotografias externas. Armando Vernaglia Jr. aponta em seu livro Fotometria e Flash TTL que você deve utilizar o flash em 3 situações: a) quando não existe outra fonte de luz para iluminar o assunto e o flash se torna a fonte principal de iluminação; b) para contornar defeitos que podem aparecer com a fonte principal, como em um flash de preenchimento; c) para criar efeitos dramáticos em sua cena. A terceira opção é a que cai mais em meu agrado.

Embora a minha câmera possa disparar o flash externo de forma remota, existem algumas complicações. Durante o dia o sistema é muito falho e muitas fotos são perdidas. Quando existem obstáculos entre o flash e a câmera a coisa também não funciona e, por último, a questão da distância entre os dois equipamentos. Durante muito tempo acabei me utilizando de radio flash, um equipamento que dispara o flash a distância. Porém eram simples e o flash tinha que ser utilizado sempre no manual. Agora, depois de muito tempo, acabei adquirindo um conjunto de rádios com a tecnologia TTL. O que muda? Muita coisa meu amigo.

O equipamento escolhido foi o Yongnuo 622c. A escolha se deve pelo fato da marca chinesa ter se mostrado de confiança, o que levou um número muito grande de fotógrafos profissionais a adotarem esse produto. A caixa contém dois transceivers, ou seja, cada unidade pode funcionar como transmissor ou como receptor. Eles podem transmitir o disparo utilizando a tecnologia TTL, e-TTL, i-TTL, Manual e Multi. Ou seja, você pode fotografar com o flash fora da câmera e manter todas as comodidades do sistema TTL. É possível controlar 3 canais de flash com 3 grupos cada um. Suficiente para qualquer tipo de situação.

Porém, eu queria ainda mais conforto. Junto com o Yn 622c, também foi adquirido um Yn 622c TX que nada mais é do que uma unidade transmissora que faz o controle das unidades Yn 622C. O TX possuí um painel LCD na parte superior onde podemos controlar várias configurações das unidade remotas. Eu posso, por exemplo, determinar se todos vão disparar ao mesmo tempo ou qual unidade eu não quero que dispare naquele momento. Também posso determinar se o flash será disparado em TTL ou manual. Posso determinar a compensação de exposição independentemente para cada unidade de flash e também o zoom da cabeça. Isso tudo sem precisar ir até as unidades receptoras.

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Fora o fato de agilizar o trabalho do fotógrafo, esse equipamento também ajuda quem possuí câmeras antigas ou modelos de entrada que não possuem o modo de disparo remoto. Assim que os brinquedos chegaram fiz o pequeno teste abaixo utilizando os flashes 580EXII e 430EXII (lembrando que utilizo equipamento Canon, mas o Yn 622 e o TX também estão disponíveis para Nikon). A câmera foi a antiga Canon 30D com a lente EF 85mm f/1,8.

Na primeira foto, os dois flashes dispararam um de cada lado com a compensação em zero (0 EV). O resultado é uma imagem chapada com pouca tridimensionalidade.  Na segunda foto o flash do lado esquerdo foi desligado, o que gerou sombras duras na parte esquerda da miniatura. A terceira foto foi feita com o flash da direita em zero (0 EV) e o da esquerda em – 2 EV. As sombras ainda existem, mas estão mais suaves. Já a quarta foto está com o flash da direita com – 1 EV o da esquerda em – 2 EV. Todas as mudanças de iluminação foram feitas no TX que estava acoplado à câmera.

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A segunda experiência foi levar os brinquedos para o estúdio. Muitos fotógrafos famosos já anunciaram que trocaram todas suas tochas profissionais por flashes dedicados funcionando em TTL. É mais prático, não tem fios espalhados pelo chão e você pode levar seu estúdio para qualquer lugar em uma bolsa. Outra vantagem, pelo menos em meu caso, é o fato do estúdio ser pequeno e não ter tanto espaço para equipamentos lá dentro. A primeira foto abaixo foi feita com o flash principal (580EXII) com zero EV e com um difusor (Soft Box) e uma luz segundaria (430EXII) atrás da modelo para preenchimento com – 2 EV. A segunda foto foi feita com um flash principal atrás da modelo trabalhando com o zoom da luz, criando luzes mais fechadas. Um segundo flash rebatido na parede do estúdio fez o preenchimento. Os dois trabalhando em zero (0 EV). É o tipo de efeito que você consegue em um flash remoto sem a necessidade de acessórios modificadores de luz.

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Por fim, temos a utilização de flash em ensaios externos, sejam books ou pré-casamentos, as duas atividades que mais executo. Essa é exatamente a situação em que o disparo remoto da câmera mais falha. A luz emitida pelo flash pop-up da câmera, ou pela  unidade master acoplado na sapata hotshoe deve atingir o sensor do flash escravo que vai iluminar a cena. Fatores como a distância ou o ângulo do flash fatalmente fazem o sistema falhar e acabamos perdendo muitas fotos. Um rádio flash sem TTL resolveria o problema, mas sem os confortos do sistema de medição. O Yn 622c e o Yn 622c TX deram conta do recado e conseguiram disparar o flash remoto mesmo a uma distância superior a 20 metros (o manual garante funcionar perfeitamente até 20 metros). Ótimo para fotografar em paisagens onde a distância entre fotógrafo e modelo são longas. Todos os ajustes de intensidade podem ser feitos diretamente na câmera.

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Outro uso interessante para os novos equipamentos é o meu hobby de fotografar culinária. A tendência atual é que as fotos sejam feitas diretamente no estabelecimento do cliente, sem uso de estúdio, e que as comidas fotografadas sejam as que realmente são servidas para os clientes (nada das modificações das propagandas de fast food). Já que o trabalho é feito no restaurante, lanchonete ou bar, o fato do estúdio ser compacto ajuda muito.  Com duas luzes já dá para brincar, embora três fontes de luz seja o ideal (em breve). Abaixo, o bolo que foi utilizado em uma sessão smash the cake que aconteceu no domingo. Fizemos a imagem em um banco da praça da cidade. Um flash a 45º com softbox e outro atrás com o zoom da cabeça em 105 mm. A lente foi a 85 mm com abertura em f/2,8 para garantir um desfoque de fundo.

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Concluindo, foi um investimento muito positivo e vai trazer um pouco mais de conforto na hora de combinar as luzes do evento ou ensaio. O custo benefício foi muito bom, visto que equipamentos similares de marcas mais famosas custam o triplo do investimento. Os três acessórios foram adquiridos, via Mercado Livre, pela quantia de R$ 550,00. Trabalhar a luz é um dos dois pilares da fotografia diferenciada. Hoje, equipamentos, cursos e lentes estão disponíveis para todos. Agora, o domínio da luz são poucos que conseguem fazer. Então, esse é o ponto a ser estudado e onde se deve investir mais.

Só uma pequena observação. Vejo muita gente dizendo que o sistema TTL possui muitas falhas e que não é possível confiar nele inteiramente. Não é bem assim. O sistema TTL possui características que devem ser entendidas pelo fotógrafo. Não é simplesmente ligar o equipamento e sair clicando. Para o TTL funcionar perfeitamente, é necessário entender suas características e, principalmente, saber fazer a fotometria correta. Sem fotometria correta, o sistema TTL é inútil.

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