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Breaking News: Microsoft inventou o moto perpétuo?

Que a Microsoft tem de vez em quando problemas com a Justiça não é novidade, mas agora foi longe demais. Aparentemente foi flagrada em pleno desrespeito das Leis da Termodinâmica. Pode isso, Arnaldo?

9 anos atrás

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As Leis da Termodinâmica estão entre as Verdades Fundamentais do Universo, e policiam todo tipo de maluco que inventa carro movido a água, máquinas de movimento perpétuo e similares. Mesmo criacionistas, notórios inimigos da Ciência as usam para tentar negar a Evolução. Sim, a 2ª Lei da Termodinâmica impediria a Evolução, se não fosse um pequeno detalhe: o Sol.

Segundo a Termodinâmica você não pode tirar energia do nada. Pode tirar do vácuo mas não do nada (um dia eu explico). Isso impede por exemplo bobagens como esta:

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Desde a antiguidade desocupados tentam criar máquinas de movimento perpétuo, e mesmo depois da Termodinâmica ser quantificada e compreendida ainda há os que insistem, seja por má-fé, para ganhar dinheiro de investidores cientificamente analfabetos, seja por analfabetismo científico próprio. A mídia adora, mas em 100% dos casos temos ou uma farsa ou um sistema bem menos eficiente do que os envolvidos acreditam.

Até agora: a Microsoft provou Maxwell errado, com o novo Surface 3!

Brad Sams, do NeoWin em um momento espírito de porco resolveu testar o Surface 3, que carrega por micro-USB (adeus, portas proprietárias!). A lógica era simples: o Surface 3 tem uma porta USB 3.0 que pela especificação carrega outros dispositivos. Que tal carregar a si mesmo?

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O resultado? O brilho foi pro máximo, o ícone de carga apareceu e foi sentido um distúrbio na Força, como se milhares de executivos do setor energético gritassem em desespero e em seguida se silenciassem.

Minutos depois o ícone mudou para o formato “conectado mas não carregando”, demonstrando que a Microsoft coloca uma Lei acima das Leis da Termodinâmica: a Lei de Murphy.

A regra de que se algo pode dar errado, dará é algo que precisa ser entendida em desenvolvimento de produtos. Incontáveis projetos fracassaram quando confiaram na capacidade, ou pior ainda, na boa vontade do usuário. NADA está livre desse ser nefasto, que nunca tem culpa de nada.

Certa vez fui chamado no Jurídico pra resolver o PC que não ligava. Cheguei, claro “ninguém mexeu em nada”, mas o PC estava do outro lado da sala. Os brilhantes causídicos da empresa tinham religado tudo corretamente, exceto o estabilizador, cuja tomada estava ligada… no estabilizador. Mesmo assim a culpa era minha.

A Microsoft teve que gastar tempo e dinheiro para incluir no circuito e no software do Surface um módulo para identificar a conexão em loop e cancelar a carga da USB 3.0, por isso depois de alguns minutos ele não carrega mais.

Se fosse uma conexão burra, o carregamento continuaria até a bateria se exaurir.

Não existe sistema à prova de idiotas, mas não quer dizer que não devamos continuar tentando. Acima de tudo, em desenvolvimento de produto a frase mais errada que alguém pode dizer é “o usuário nunca vai tentar isso”.

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