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Nem sempre água DENTRO do navio é algo ruim

Dizem que água só é bom do lado de fora dos navios, mas há ocasiões em que ela é legal do lado de dentro. Afinal, que tiração de onda maior do que ter uma piscina num submarino?

9 anos atrás

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Nos velhos tempos muitos marinheiros eram recrutados em prisões e tribunais não como uma segunda chance, mas pela vida naval ser igual ou pior que a maioria das prisões. Marinheiros eram brutalmente espancados, viviam à mercê dos oficiais e havia uma punição especialmente brutal:

O sujeito era amarrado pelos braços, colocado na frente do navio e outros puxavam as cordas, dos dois lados. O marinheiro era “quilhado”, ou seja, passava por baixo da quilha do navio, pelo leme e se sobrevivesse, podia voltar a bordo.

Com o tempo servir embarcado deixou de ser punição e se tornou uma carreira, mas nunca foi exatamente confortável. O espaço pessoal é mínimo. Em submarinos a cama é quentinha pois você divide com outros 2 sujeitos (em turnos) ou, nos velhos diesels, porque você dorme em cima de um torpedo. Mesmo assim para manter a moral as Marinhas tentam garantir algum conforto.

A cozinha dos submarinos é legendária, principalmente os ingleses e norte-americanos, a hora da bóia é ansiosamente esperada. Já os russos quando podiam caprichavam não só na comida mas nas acomodações.

Nos submarinos classe Tufão, por exemplo, havia espaço. Veja o tamanho do bicho:

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Com 48.000 toneladas de deslocamento e 175 metros de comprimento esse monstro leva 160 marinheiros em missões que duram meses. Por causa disso combater o stress é essencial. O Tufão tem além daquela cozinha de primeira, academia de ginástica, viveiro de pássaros, um aquário (até porque marinheiros russos não são gays), sauna e… uma piscina.

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Aqui um vídeo da piscina e outras amenidades:

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O curioso é que por obra do destino piscina a bordo não é algo exclusivo dos russos ou da 3ª Classe do Titanic. O USS New Jersey, ou encouraçado da 2ª Guerra Mundial também ofereceu esse luxo a seus tripulantes.

Lançado em 1942, o New Jersey foi descomissionado em 48, reativado em 1950, descomissionado de novo em 1957 e re-comissionado em 1968, sob o comando do Capitão J. Edward Snyder, Jr. Em plena Guerra do Vietnã o dia-a-dia não era exatamente leve, e uma chance de diversão era mais que bem-vinda.

O Capitão Snyder percebeu que duas baias de artilharia de 40 mm, deixadas vazias depois da última reforma, podiam ser aproveitadas. Mandou pintar de azul, vedar e encher com água purificada das caldeiras do navio.

O NJ ganhou duas piscinas, pra deleite da tripulação.

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A água das caldeiras era limpa e filtrada, mas meio marrom, isso deixou os marinheiros desconfiados. Para provar que não era pegadinha, o próprio Capitão Snyder botou um calção e entrou na piscina, desfrutando de guerra, sombra e água fresca.

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Guerra é algo horrível e ninguém deveria passar por isso, mas se é inevitável, relaxe e aproveite…

Fonte: Foxtrot Alpha.

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