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Japão fazendo funeral para cachorros robôs

Que máquinas ficam obsoletas não é novidade, é normal jogarmos fora coisas velhas demais, mas e quando nós nos apegamos a elas? Como descartar um equipamento que é mais que uma coisa? No Japão donos de Aibos estão preferindo fazer funerais a jogar fora seus cachorros-robôs.

9 anos atrás

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Em 1999 a Sony esqueceu da ordem de esconder do resto do mundo que japoneses na verdade são viajantes de 200 anos no futuro, e lançou o Aibo, um cachorro-robô com processador RISC de 64 bits, sensor de calor, câmera, sensor infravermelho, microfones, acelerômetro e várias outras características interessantes.

Ele falava, andava, reconhecia comandos de voz e principalmente tinha um SDK para quem quisesse desenvolver softwares e modificar a personalidade do Aibo, ensinar novos truques, aí era só inserir o Memory Stick e ver o bicho renascer.

Olhe o nível de complexidade do brinquedo:

salam dakwah — Cute and Smart Sony Robot Dog Aibo ERS-7.MP4

O Aibo foi produzido até 2007, totalizando 150 mil unidades, e o preço não era brinquedo não, US$ 2 mil. Mesmo assim ele gerou uma legião de fãs, que naturalmente acabaram tratando seus robôs como mais que simples máquinas.

Isso nem de longe é recente, adoramos antropomorfizar carros, navios, espadas. A gente se apega fácil.

A Sony fez sua parte, dando suporte ao Aibo por bastante tempo, mas no começo de 2014 a última oficina que cuidava de Aibos fechou. As peças de reposição escassearam e os cachorrinhos começaram a morrer.

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Muitos donos viram seus companheiros funcionando uma última vez, quando uma trilha em algum chip cedeu ao indomável destino da Entropia, e ele não foi mais capaz de executar sua programação. Nesse momento o Aibo era mais que uma máquina, não merecia ser jogado fora como uma torradeira.

Esses donos estão se encontrando em templos xintoístas e com a ajuda de monges celebram e se despedem de seus Aibos.

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Sei que vão surgir os que acharão ridículo, mas não consigo deixar de simpatizar com os donos desses Aibos. Não há nada de errado em se apegar a uma máquina, no máximo representa empatia demais, não de menos. E de qualquer jeito, quem você tem mais saudade, do seu primeiro Nokia ou de um comentarista de YouTube?

E se não convenceu, lembre-se que você se apegou a um cachorro de desenho animado.

Ok, desculpe, Seymour foi golpe baixo.

Fonte: RT.

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