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Review — Resident Evil HD Remaster

Leia nossa análise e saiba o que esperar do Resident Evil HD Remaster, remake do jogo que iniciou uma das maiores franquias da indústria.

9 anos atrás

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Como eu normalmente fazia após sair da escola, num certo dia de 1996 1997 resolvi passar na locadora que costumava frequentar, com a clara intenção de garimpar algo para aproveitar no meu Sega Saturn durante aquela tarde.

Após esperar alguns minutos até que a loja abrisse, o dono e meu amigo veio todo eufórico me mostrar um jogo que tinha acabado de chegar, então se eu quisesse alugá-lo, seria o primeiro a ter a oportunidade de experimentar um tal de Resident Evil.

Aqui vale um esclarecimento. Muito antes das facilidades que a internet no traria, não éramos bombardeados por informações como hoje e por isso era raro muitos de nós criar grandes expectativas em relação a games. Eu até tinha ouvido falar naquele título, mas por se tratar de uma franquia nova, não sabia muito bem o que esperar.

Mesmo assim resolvi levar o disco para casa, muito influenciado pela empolgação do sujeito e pelo fato de se tratar de um jogo de terror, algo praticamente inexistente naquela época. O que eu não poderia imaginar é que estava diante de um divisor de águas, uma criação que se tornaria um dos mais importantes jogos da história e seria tão adorado por tantas pessoas.

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Se você nasceu há menos de 20 anos, existe uma grande chance de que nunca tenha jogado aquela obra de arte, fazendo com que seja muito difícil entender o impacto que aquele game teve na indústria e mais complicado ainda de compreender porque gostávamos tanto de algo com uma jogabilidade tão dura e ideias que hoje podem ser consideradas ultrapassadas, mas felizmente a Capcom tentou facilitar essa tarefa.

Baseado no remake para GameCube lançado em 2002, Resident Evil HD Remaster é acima de tudo um grande presente para quem teve a oportunidade de jogar o original quando ele chegou ao mercado, principalmente por manter praticamente intacta as características que os transformaram num clássico, tanto as boas quanto as ruins.

Com uma qualidade visual superior até a versão refeita para o console da Nintendo, cada tela do jogo é digna de nos fazer parar para apreciá-las, com texturas em alta resolução, efeitos de iluminação mais realistas e pelo menos no caso do PC, plataforma onde o joguei, sem praticamente nenhum serrilhado.

Contudo, um dos aspectos do jogo que mais me agradou foi a possibilidade de o aproveitarmos em telas widescreen e para permitir isso a desenvolvedora utilizou uma estratégia interessante, que é dar um zoom na imagem e fazer com que a câmera se movimente ao nos aproximarmos das bordas. Além de proporcionar um efeito bacana, é muito bom ver a beleza visual do Resident Evil em 1080p numa tela enorme. No entanto, se você preferir poderá jogar com o padrão do original (4:3).

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Outra melhoria muito bem vinda implementada pela Capcom diz respeito aos controles. Os primeiros REs sofriam com um enorme problema em relação a maneira como controlávamos os personagens, o que acabou gerando brincadeiras que diziam que eles mais pareciam tanques de guerra e em partes isso foi solucionado.

Embora novamente a empresa nos dê a opção de encarar o game da maneira tradicional, agora é possível mover Jill e Chris de forma analógica, o que torna a experiência muito mais agradável, mas que é importante dizer, infelizmente longe de ser a maneira ideal. O problema é que devido as câmeras estáticas, é fácil perdermos o senso de direção sempre que o angulo de visão é alterado e isso se torna ainda mais crítico quando estamos sendo atacados e precisamos agir rapidamente.

resident-evil-hd-remaster-5Outro ponto que deverá causar alguma estranheza e até mesmo reclamações por parte da nova geração é a própria estrutura do jogo.

Com um sistema de saves que só pode ser acionado em determinados cômodos e um inventário bem pequeno, ir e voltar pela casa será algo bastante frequente, pois nunca saberemos de quais itens precisaremos e é sempre prudente termos alguns espaço vazio na nossa “mochila” para poder pegar itens que encontrarmos pelo caminho.

Hoje em dia uma escolha de design desta pode ser odiada até pelos jogadores mais velhos, mas o que muitos classificariam como um defeito, prefiro enxergar como um dos charmes do Resident Evil. Na minha opinião isso traz alguma estratégia à aventura, além de aumentar bastante a tensão, sendo o aspecto fundamental para que o jogo acabasse conhecido como o primeiro survival horror.

Este remake ainda traz algumas inovações que foram implementadas na versão do GameCube, como a representação corporal do estado de saúde do personagem, quebra-cabeças diferentes, a possibilidade de termos uma arma de autodefesa e até alguns novos zumbis, como os Crimson Heads, que recomendo você arrumar rapidamente um jeito de evitá-los (mas esqueça, eu não direi como poderá fazer isso).

Por tentar — e na maioria das vezes conseguir — aperfeiçoar muitas das características do original, considero o Resident Evil HD Remaster um título obrigatório, seja para quem nunca jogou aquele lançado na década de 90, para quem teve a oportunidade de experimentar o seu primeiro remake e principalmente para os jogadores que o encararam em um console da quinta geração e que há quase duas décadas não tinham contato com a amaldiçoada mansão de Raccoon City. Para estes, o impacto será imenso.

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