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Apple admite ter deletado músicas de iPods compradas em lojas rivais

Maçã malvada: Apple revela que entre 2007 e 2009 de fato excluiu deliberadamente de iPods músicas adquiridas em lojas rivais, como a Real Player

9 anos atrás

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A gente sabe muito bem que no capitalismo selvagem, ser bonzinho significa virar almoço de alguém. Claro que existem mecanismos que impedem que uma empresa saia fazendo besteiras, se utilizando de táticas que prejudiquem outras além do tolerável (que o diga o Google, às voltas com os reguladores da União Europeia).

A Apple também não é nenhuma santa, disso também sabemos. Por isso não é surpresa que durante o processo que investiga se Cupertino monopolizou o comércio de músicas digitais, ela tenha admitido que deletou deliberadamente de iPods de seus usuários músicas compradas em lojas rivais.

A artimanha ocorreu entre 2007 e 2009 e foi uma prática totalmente silenciosa, a Apple sequer se incomodou em avisar seus usuários do que estava fazendo. Funcionava assim: quando você tentava sincronizar seu iPod com músicas adquiridas fora da iTunes Store (como por exemplo a loja da Real Player) aparecia uma mensagem de erro, aconselhando o usuário a restaurarem seus iPods. Isso acontecia sempre que o iTunes detectava uma música que não tivesse vindo se seu próprio banco de dados, e acabava por forçar a restauração de fábrica. Obviamente que ao fazer isso, as músicas “estranhas” eram removidas.

O rolo é tamanho que o órgão de defesa ao consumidor dos Estados Unidos, que propôs a ação contra Cupertino está pedindo US$ 350 milhões de indenização, alegando que as práticas da companhia forçaram os usuários a pagarem mais caro para adquirirem suas músicas e poderem ouvi-las. No julgamento o advogado Patrick Coughlin disse ao representante da Apple que “vocês decidiram dar aos usuários a pior experiência possível”.

A Apple se defende: ela admite que de fato deletou as músicas, mas que agiu apenas para garantir a proteção e segurança de seus usuários, o que ela julga ser o mais importante. A posição dos autores da ação entretanto é que a Apple violou as leis antitruste, se valendo de táticas para assegurar seu monopólio.

Ainda há muita água para rolar: Phil Schiller e Eddy Cue, respectivamente VP de marketing e SVP de Internet e Serviços são esperados para depor. O próprio Steve Jobs foi arrolado como testemunha: ontem o júri ouviu um depoimento gravado pelo ex-CEO e leu e-mails que o ex-CEO trocou com funcionários sobre a decisão de bloquear músicas de lojas concorrentes.

Fonte: WSJ.

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