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Review: Sony Xperia Z3

Testamos o Xperia Z3, o atual smartphone Android topo de linha da Sony.

9 anos atrás

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O Xperia Z3 é o atual smartphone flagship da Sony. Ele conta com tela de 5,2″; proteção à prova d'agua e uma bateria de 3.100 mAh que a Sony promete durar até 2 dias.

Além da bateria, outro diferencial do Xperia Z3 está nos modelos vendidos: um traz TV Digital embutida e outro tem suporte a dois chips, um 4G e outro 2G. E com wearables em alta, uma SmartBand acompanha o aparelho.

Só que com tantos concorrentes bem parecidos — alguns bem mais baratos, inclusive — isso basta para o Z3 se destacar?

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Hardware

O Xperia Z3 ainda faz parte do ciclo semestral da Sony, então é bastante parecido com seus antecessores… Traseira de vidro, bordas de alumínio, corpo à prova d'agua. A diferença no Z3 é que além de mais estreito e mais fino, as bordas do aparelho são mais arredondadas. São detalhes pequenos mas que ajudam bastante na ergonomia.

Por dentro, o Z3 conta com um Snapdragon 801 de 2,5 GHz; 3 GB de RAM, 16 GB de armazenamento, tela Full HD de 5,2″ e câmera de 20,7 Mp capaz de filmar em 4K.

Para quem ainda não desistiu de querer slots para cartões de memória nos Androids topo de linha, uma boa notícia: o Xperia Z3 tem um slot micro-SD, ao lado da entrada para o nano-SIM (com uma gavetinha pequena e fininha que quase perdi confundindo com um mero dummy pra ocupar lugar).

Uma ótima melhoria em relação ao Xperia Z2 foi na tela: apesar de ambas terem o mesmo tamanho (5,2″) e resolução (1080p), a tela do Z2 era bem ruim de ver sob o sol. Não só o Z3 corrigiu esse problema como a tela tem contraste e fidelidade de cores bem melhor que a do antecessor. Apesar de concorrer com alguns aparelhos com tela Quad HD (2560 × 1440 pixels), acho uma tela “só” Full HD ainda uma boa escolha: não só existe pouco conteúdo para se ver numa tela QHD (e num celular, sofreria com a compressão de qualquer forma) como uma tela mais densa exigiria mais da GPU e, portanto, da bateria.

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Por falar na bateria, ela cumpre o prometido, mas com alguns poréns… De fábrica o Z3 já vem com o modo Stamina ativo, que desliga a comunicação dos aplicativos quando a tela está desligada.

Outro recurso que já vem por padrão é um que agrupa a atividade dos apps num mesmo período: quando se tem vários apps funcionando em segundo plano, qualquer um deles pode acordar o telefone e começar a transmitir/receber dados a qualquer momento. Esse recurso cria uma fila e só permite o uso de dados em certos intervalos.

Para a maioria dos usuários esses dois recursos devem ser bem benéficos — se o WhatsApp estiver permitido pelo Stamina, ele nem notará que tem algo de diferente. Mas alguns apps podem dar problema sem motivo aparente: um dos apps que uso, que manda alertas dos trens de SP, só recebia notificações com atraso e até perdia algumas. Só depois de fuçar bastante que percebi que o problema poderia ser a tal fila de dados em segundo plano. Dito e feito, foi só desativar que tudo funcionou perfeitamente.

Com os recursos de gerenciamento de bateria desativados e uso moderado (cerca de 4 h de música local, 3 h de navegação web/Twitter e pareado com a SmartBand por Bluetooth o tempo todo), o Z3 chegou em 10% de bateria após 1 dia e 4 horas sem carregar. Em uso similar, mas com o Stamina ligado, ele chegou em 2 dias e 1 h 30 min.

Mesmo com uso mais intenso, com streaming de música pelo 4G, usando o celular como hotspot por umas 2 horas e usando GPS, a bateria nunca durou menos que 14 horas. É o bastante pra passar o dia fora de casa ou longe de qualquer tomada/bateria portátil.

Software

Eu prefiro Android puro, mas acho a interface da Sony é uma das mais aceitáveis. É simples de usar e não deixa o telefone lento. Só podia ter um visual mais moderno, já que faz tempo que a interface da Sony não é atualizada…

A quantidade de apps inclusos no Xperia Z3 é bem exagerada: mesmo sem contar os apps mais funcionais como Walkman e Album de Fotos, são 48 apps, entre promocionais da Sony (Xperia Lounge, Campo Sony, Blog Sony Xperia, entre outros), versão demo de jogos, aplicativos da Vivo — a versão que testei do Xperia era desta operadora — e outros apps de brinde como antivírus e Office.

Alguns são de fato bem úteis, como o GPS Garmin ou até o leitor de eBooks Kobo. Mas existem ícones no launcher para alguns recursos que não deviam estar lá, como alguns dos efeitos da câmera, para a lanterna ou para o “Modo Festa” — na verdade apenas link para um app na Play Store.

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Um dos apps que se destaca é o Lifelog, que na verdade é o app companheiro da SmartBand que vem inclusa no Z3. Eu esperava um app mais simples, com as informações que a pulseira coleta e nada mais, mas o Lifelog grava tudo que você faz com o aparelho: não só o tempo em exercícios ou dormindo, mas também o tempo gasto em apps sociais/mensagens, navegação na web, ouvindo música, jogando e até uma aproximação do tempo que passou no transporte público.

Tudo isso numa interface bem interessante, que mostra o que você fez no correr do dia — assim você descobre que passou 3 h ouvindo Taylor Swift e tirou uma foto logo depois de passar 26 minutos no metrô.

Infelizmente ele não conta direito as atividades fora dos aplicativos nativos: ouvir música no Spotify conta como tempo ouvindo música, mas não considera as músicas que ouvi. Outro problema é que não existe uma forma de acompanhar o que é feito fora do telefone: se assisti vídeo no meu tablet ou na minha televisão, não tem como deixar o Lifelog a par disso. Também falta uma opção pra ver os dados no computador, que seria bem mais confortável.

Tem quem ache o Lifelog meio inútil (e não deixa de ser) e até meio assustador, mas para quem gosta de estatísticas ele é bem legal. E apesar de ser um app da Sony, ele está disponível na Play Store para aparelhos de qualquer marca.

Câmera

A câmera do Xperia Z3 promete muito: o sensor tem 20,7 Mp, ISO máximo de 12.800 e 1/2,3 polegadas; um tamanho bem comum nas câmeras compactas. E considerando que a Sony não só faz ótimas câmeras como o sensor da maioria dos smartphones concorrentes, não tinha como ter baixas expectativas.

Infelizmente a câmera do Z3 desaponta um pouco. Não é ruim, mas não impressiona também. Muitas fotos ficam com mais ruído que o aceitável para um sensor tão grande e as vezes demora mais do que o ideal para conseguir um foco bom.

O app de câmera da Sony piora um pouco isso — o modo automático é bem ruim, e muitas vezes eu consegui uma foto melhor só de mudar pro modo manual e apertar o obturador. Além disso, boa parte dos efeitos (inclusive o HDR) só está disponível se você tirar fotos em 8 Mp.

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Já em vídeos, o Z3 filma até em 4K mas assim que você começa a filmar o aparelho te avisa que vai parar automaticamente se esquentar demais. Deixei gravando para testar e com 10 minutos apareceu um aviso de que o aparelho estava esquentando e a gravação poderia parar a qualquer momento. Depois de mais alguns minutos a gravação parou, mas por falta de espaço em disco.

Em tempo: na hora do aviso achei que o telefone estava apenas “morno” ao redor da câmera. Com certeza já senti meu iPhone 5s bem mais quente que isso em lugares com sinal fraco. Também existe um modo para filmar em slow-motion, com 120 fps a 720p.

Vale a pena?

Se for apenas fazer uma lista de features, ele tem o melhor de todos os concorrentes: o hardware é o mesmo dos outros Androids topo de linha, mas consegue ser prova d'agua como o Galaxy S5 mas também usa materiais “nobres” como o iPhone e o Moto X. A bateria dura tão bem quanto a Sony promete se você estiver disposto a ceder um pouco de controle sobre seus apps e apesar de pior que o esperado, a câmera ainda está entre as melhores opções nos smartphones Android.

Um porém é que o preço sugerido do Xperia Z3 é de R$ 2.699, então fica a fica a dúvida se a diferença de R$ 1.200 entre ele e o novo Moto X se justificam “só” pela bateria melhor e a proteção contra água. Por mais que o Z3 tenha a SmartBand inclusa, ela custa apenas R$ 399 e funciona perfeitamente fora dos aparelhos da Sony.

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