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Alunos são forçados a trabalhar em fábricas tech na China

China: escolas mandam jovens alunos para fábricas de tecnologia onde são forçados a trabalharem nas linhas de produção, sob ameça de não se formarem

9 anos e meio atrás

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Embora aja um esforço aparente de empresas de tecnologia em não cooptarem com exploração de trabalhadores nas fábricas chinesas que fornecem seus componentes, na prática não é isso o que ocorre. Vira e mexe vemos casos em que a Foxconn vilipendia seus funcionários (e até mesmo tentou importar seu Modus Operandi para cá, sem sucesso), envolvendo a Apple ou alguma outra empresa. Recentemente a mesma foi acusada (e ela admitiu) ter obrigado estudantes de TI a montarem a o PS4 sob ameaça de que eles não se graduassem.

Pois bem, isso é apenas a ponta do iceberg: diversos informes apontam que não só a Foxconn como inúmeras outras empresas de manufatura da China fazem pior: empregam adolescentes junto a escolas vocacionais sob a mesma ameaça.

Isso não é algo que as empresas controlem, e sim uma espécie de conluio entre o governo da China, montadoras e escolas como forma de atender a demanda das companhias parceiras. As instituições de ensino vocacional mandam adolescentes para as linhas de produção aos milhares, e muitos não têm escolha: ou eles trabalham em um ritmo louco de 12 horas por dia, seis dias por semana ou simplesmente não irão se formar. Não que isso faça alguma diferença, num ritmo desses é impossível que um jovem consiga aprender alguma coisa. Uma jovem de 16 anos que confirmou a situação, dizendo que foi-lhe dado um ultimato: ou ela aceitaria passar o verão inteiro montando computadores ou poderia dar adeus ao seu diploma do ensino médio. Ela e seus colegas de classe foram deslocados para a Quanta Computer, uma fornecedora da HP.

A lei chinesa proíbe que estudantes trabalhem mais de oito horas por dia, mas as fábricas e escolas estão de fato desrespeitando isso e o governo obviamente finge que não vê, pois está lucrando de qualquer forma com o sofrimento alheio. Em alguns casos a força de trabalho de adolescentes supera o número de empregados adultos, muito provavelmente por serem funcionários mais baratos.

A Foxconn, fornecedora de empresas como Apple, Sony, Nintendo, Microsoft e inúmeras outras companhias de tecnologia tem reduzido o número de jovens em seus quadros devido o fato de ser a companhia mais exposta, mas em unidades menores o número de estudantes trabalhando em condições precárias ainda é alto. Outras fornecedoras como as taiwanesas Pegatron, Compal e Winston - que montam equipamentos para Acer e Toshiba - também empregam estudantes em larga escala e segundo informes, suas condições de trabalho não são das melhores. a Acer reconhece que "a porcentagem de jovens nas fábricas é alta" e que no último ano o número deles nas montadoras das três companhias sediadas na região de Chongqing foi cortado pela metade, além de dizer que "os mesmos não são forçados a trabalhar".

Informes de que algumas escolas estão pressionando as fábricas a não exigirem muito dos alunos e cumprirem o que manda a lei, mas denúncias dos internos apontam que práticas como longos períodos de trabalho e turnos noturnos ainda são comuns. O pior disso tudo é que alguns pais desses jovens parecem concordar com tudo o que seus filhos passam, pois eles estão "provando o gosto da sociedade". Outros porém estão fulos com as escolas que ao invés de adequar os jovens a empregos de acordo com suas capacidades e faixas etárias, os estão despachando para linhas de montagem de computadores como mão-de-obra qualquer.

Ao ser questionado, o governo chinês deu a resposta vaga de que os alunos devem ser alinhados r aos contratos firmados com as manufaturas de Chongqing. A escolas de Chengkou e a Comissão Econômica e de Informação de Chongqing não quiseram conceder entrevista.

Esta é uma situação terrível. Embora empresas de tecnologia declarem estar de olho em suas fornecedoras da China, a verdade é que o sistema do país não só exige demais dos adultos como força os mesmos a trabalharem como loucos também, em prol de manter a máquina chinesa girando. Triste, muito triste.

Fonte: WSJ.

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