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Pentágono quer produzir munição com impressoras 3D

Quem diria, impressoras 3D podem no futuro servir para algo além de imprimir pesos de papel. O Departamento de Defesa dos EUA está considerando a sério utilizar essa tecnologia para produzir bombas, munição e toda sorte de material logístico.

9 anos e meio atrás

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Boa parte da nossa tecnologia surgiu do esforço de guerra. A tradição bíblica de transformar espadas em arados nos deu a internet, antibióticos, criptografia, aviação segura, radares, telecomunicações, satélites, GPS e muito mais. De vez em quando a tecnologia segue o sentido oposto, arados viram espadas. Um exemplo clássico é o tanque de guerra, que herdou sua propulsão por lagartas dos tratores agrícolas.

Agora a bola da vez são as impressoras 3D. Na matéria de capa da última edição da revista Army Technology as possibilidades são discutidas a fundo, e mesmo que a tecnologia ainda não tenha chegado lá, imaginam como essas máquinas podem beneficiar uma unidade de combate em 10 ou 15 anos. 

Napoleão dizia que um exército marcha em seu estômago, mas desde Roma que exércitos dependem de unidades de apoio logístico. No Vietnã os EUA trabalhavam com 7 soldados em posições de apoio logístico para cada combatente. Na 1ª Guerra do Golfo algumas fontes colocam essa proporção em 20:1. O principal motivo de não terem invadido Bagdad foi o colapso das linhas de suprimento, as unidades de combate se moviam rápido demais, os caminhões não conseguiam acompanhar.

E não é só munição. Você tem alimentação, postos burocráticos, correios, lojas para vendas de bens não-essenciais, oficinas de manutenção de armas e de veículos, postos médicos, dentistas, barbeiros, postos telefônicos, unidades de confecção de mapas e milhares de outros recursos necessários para que uma unidade de combate se mantenha em prontidão.

Imagine que você tem um drone em seu pelotão. Durante uma missão ele toma um tiro de um Talibã e perde uma das engrenagens que movimentam o leme. Seu sargento encaminha para o batalhão logístico, que não tem a peça então pede para Ryad, que pede para Berlim, que repassa para Washington, que abre uma licitação, compra a peça por US$ 17 mil, financia parte da Área 51 e em no máximo uns 6 meses seu drone está voando.

Com a impressão 3D você mesmo vai até a oficina do batalhão, diz o que quer, espera 5 minutos (isso é no futuro) e uma impressora 3D produzirá em plástico ou metal a peça necessária.

A munição por sua vez é um pesadelo logístico. Se você não tem arsenais próximos suas bombas precisam ser trazidas de navio. Uma estrutura de impressão 3D poderia produzir kits de bombas inteligentes e até munição para armas leves, seja caseless seja tradicionais cartuchos metálicos.

Se a DARPA investir mesmo nisso será excelente. Quando cismam de pesquisar a sério, inventam coisas como a internet, então pode ser que em 10 ou 15 anos impressoras 3D deixem de ser o sonho dourado dos fabricantes de estantes e passem a produzir toda sorte de miudezas de nosso dia-a-dia, e não só bonequinhos para impressionar os amigos.

Fonte: PS.

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