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Sul-coreanos debatem lei que pode regular games como drogas

Projeto de lei contra vício que visa regular games como drogas e álcool é tema de debate entre políticos, pais, professores e a indústria na Coreia do Sul

10 anos atrás

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No ano passado um projeto de lei sul-coreano gerou muita controvérsia. Ao contrário do que muita gente pode imaginar, o país que nos deu os melhores dispositivos Android e o Girls' Generation não é um paraíso dos games. Apesar do país concentrar os mais viciados jogadores de MOBA do planeta, dentre os quais alguns realmente dedicam suas vidas de forma incondicional aos e-sports. Jogar é uma profissão e até mais, é a única coisa que muitos sabem fazer. Tanto que o escândalo envolvendo a tentativa de suicídio de um jogador repercutiu muito mal.

O governo sul-coreano estuda há um bom tempo regular o consumo de games no país. Há uma lei vigente que impede menores de jogar entre a meia-noite e as seis da manhã, mas não é nada que não possa ser burlado. Só que não para por aí: um novo projeto de lei polêmico, em discussão desde o ano passado visa regular severamente os games como League of Legends e StarCraft II, colocando-os no mesmo balaio das drogas e álcool.

O projeto na verdade se divide em dois: uma lei busca aprovar o reconhecimento de que e-sports viciam tanto quanto álcool, drogas ilícitas e jogos de azar. A segunda é consequência da primeira, visando a criação de um centro de tratamento para dependentes em games. O financiamento deles viria de 1% da renda líquida anual de toda a indústria dos games instalada no país, de forma compulsória. O motivo alegado pelos defensores, em geral políticos, professores e pais é que os games estão ameaçando a estrutura da sociedade sul-coreana. O caso do pai que deixou o filho de dois anos morrer de fome porque estava jogando ajudou a pôr mais lenha na fogueira.

Na última semana, representante pró-lei e das empresas de games se reuniram para um debate sobre o futuro da jogatina online no país, tento o projeto como centro da discussão. Enquanto o governo ainda veja os games como o problema, membros da indústria como Nam Goong-Hoon da Game Developers Association disseram que botar a culpa apenas nos games "seria como trocar o motor de seu carro quando ele parar de funcionar, para descobrir que era só falta de gasolina". Isso posto, professores também apontaram a negligência dos pais como a raiz do problema. Para Jin Joong-Kwon, a falta de comunicação entre pais e filhos e a pressão deles para que os jovens sejam bem sucedidos academicamente leva-os a ir para os games, encontrando nele uma válvula de escape para o estresse.

Resta saber se essa discussão, que no momento aponta os vários buracos do projeto de lei surtirá efeito entre os membros do governo. Em caso negativo, podemos ver o país se tornar o primeiro a tratar os games como uma droga, estabelecendo até mesmo centros de reabilitação e mandando a conta para os desenvolvedores.

Fonte: CNet.

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