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Que novidade... apresentador diz que Watch Dogs é "cartilha hacker"

Apresentador norte-americano acusa Watch Dogs de "ensinar os jogadores a se tornarem hackers na vida real", retomando a discussão sobre games e violência

10 anos atrás

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E parece que a discussão de que "games incitam a violência e influenciam os jovens" não vai acabar nunca. Sem muita surpresa, o mais novo alvo daqueles que adoram utilizar os jogos como bodes expiatórios de tudo que acontece de errado no mundo é Watch Dogs, que foi lançado na semana passada. Em seu programa de TV, o apresentador norte-americano Glenn Beck afirma (sem base nenhuma) que o game "ensina os jogadores como serem hackers na vida real".

Glenn Beck é um conhecido comentarista político conservador dos Estados Unidos, que não raramente defende em seus programas de rádio, TV e internet os ditos "valores tradicionais da nação" e é um crítico ferrenho do dito progressismo político, em que para ele o presidente Barack Obama é o principal representante. Ou seja, é aquele tipo de pessoa pública extremamente quadrada, que vê teorias da conspiração em tudo. Em uma transmissão recente do programa The Blaze TV, Beck criticou os jogos violentos como Call of Duty, utilizando a mesma ladainha de sempre que os games influenciam os jogadores, tornando-os violentos. Novamente foram feitas referências ao massacre perpetrado por Adres Brivik na Noruega em 2011, onde ele matou 77 pessoas e teria dito que utilizou o game da Activision como material de treino.

Claro, até aqui nada de novo. A novidade foi incluir Watch Dogs no bolo, apontando suas armas para a mecânica do título: a possibilidade de hackear praticamente qualquer coisa através de um smartphone.

O problema é que Beck tem sérios problemas para discernir realidade da ficção e obviamente não jogou nem cinco segundos do game, o que não o impediu de dizer o seguinte:

A ideia aqui é que o game está ensinando as pessoas a hackear e depois disso passar a vigiar as vidas de outras pessoas, invadindo até seus quartos através de seus telefones e tudo mais. (...) Você coloca seu iPad ou seu smartphone no dock ao lado de sua cama, e o game ensina o jogador a hackear qualquer coisa, invadindo até mesmo sua cama. (...) Nós estamos trazendo esse comportamento para nossas casas; estamos ensinando nossos filhos (a serem hackers) com produtos de entretenimento.

Meus dois centavos: como todo game, Watch Dogs é uma obra de ficção e a Ubisoft não incluiu nenhum conceito prático no game, o próprio recurso de invadir praticamente qualquer coisa com um smartphone beira um superpoder de tão amplo, portanto não poderia estar mais longe da realidade. Aliás, o protagonista Aiden Pearce também foi criticado: a decisão da Ubisoft de criar outro anti-herói como tantas desenvolvedoras fazem hoje em dia seria outro mal exemplo ao invés do preferível, que dar à luz a um herói de verdade como o Superman, que "faz a coisa certa, do jeito difícil".

Enfim, mais e mais blábláblá de sempre. Embora em minha opinião Watch Dogs não seja capaz de ensinar as pobres criancinhas a se tornarem hackers do mal (para Beck e companhia, pleonasmo), por outro lado seria interessante se como já acontece com alguns games, que estimulam o jogador a estudarem mais e serem mais ligeiros de pensamento, se eles incentivassem os gamers, principalmente os mais novos a estudarem programação e desenvolvimento. Seria uma bela resposta da Ubisoft e da comunidade aos detratores dos videogames.

Fonte: Polygon.

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