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#FACEPALM: o Japão quer banir impressoras 3D

No melhor estilo corno que vende o sofá, o Japão está muito preocupado com as armas impressas em 3D e, como medida preventiva, há gente propondo restrições e até banimento das impressoras. Pode parecer exagero — e é.

10 anos atrás

3D printed gun: Liberator gun, 2013 by Cody Wilson / Defence Distributed

As impressoras 3D são uma ferramenta excelente, que sofrem com o hype dos entusiastas. Servem para prototipação rápida, impressão de peças customizadas, doces exclusivos e várias outras tarefas, mas em casa são só mais um trambolho que você usará para imprimir quinquilharias. É improvável que um usuário mediano algum dia modele algo original, dada a complicação dos softwares 3D atuais.

Um dos hypes mais bestas das impressoras 3D foi o das armas. Libertários, malucos republicanos e similares começaram a alardear impressoras 3D como a solução para o direito inalienável de portar armas sem ter que esperar por 5 minutos de burocracia ou ter que abrir uma conta em um banco para ganhar uma espingarda.

Isso deixou muita gente de cabelo em pé, em geral liberais que não entendem que armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas. Armas servem para pessoas se defenderem de pessoas com armas menores. A propaganda do pessoal das impressoras 3D dava a entender que uma HP Laserjet começaria a cuspir Glocks e AK-47s sem parar, quando na realidade as tais “armas 3D” eram patéticas.

A Liberator, o brinquedo da imagem acima leva mais de um dia pra ser impressa, explodiu em boa parte dos testes, é municiada com UM cartucho .22, usa um prego como percursor, e você teria dificuldade em acertar o UNIVERSO com uma dessas. Qualquer serralheiro de quinta categoria faz armas artesanais melhores, mais rápido e mais barato.

Os departamentos de polícia, obviamente leigos, acreditaram na propaganda, logo todo órgão oficial anunciava o apocalipse iminente.

Agora, por causa de um maluco as impressoras 3D viraram as vilãs da vez no Japão.

O zé ruela se chama Yoshitomo Imura, tem 27 anos e é um daqueles ultranacionalistas que defende o direito de possuir armas. Se perguntar provavelmente ele acha que Pearl Harbour ainda foi uma boa idéia. Imura foi preso com 5 armas 3D em casa, duas delas funcionais, se aceitarmos a versão mais inclusiva do termo.

Diz ele que negar o direito de possuir armas é uma violação de direitos humanos, bla bla bla. Sendo que o japonês médio tem horror a armas de fogo, e posse delas e de espadas é ilegal desde 1958. Como resultado o Japão teve, em 2008, 11 mortes por arma de fogo. De um total de 646 homicídios. Em comparação no mesmo período o Brasil registrou 57.271 homicídios, sendo 34.678 por armas.

O governo japonês entrou em modo paranóia total e está pedindo Leis para restringir a posse de impressoras 3D. Alguns falam em banir o equipamento.

Ou seja: por causa de UM idiota todo um mundo de possibilidades corre o risco de ser negado aos jovens japoneses. Tudo porque o abestado imprimiu um lixo de plástico que está para uma Glock como uma galinha está para um Velociraptor.

O que é preocupante é que esse tipo de reação desproporcional é muito comum. Governos são animais grandes e lentos, que odeiam mudanças. Acho improvável que alguém em posição de poder entenda o conceito de impressão 3D. Casos assim tendem a se repetir, e novas tecnologias são ameaçadas pelo desconhecimento, vide o ódio e medo causado pelo Google Glass.

Claro, tudo pode mudar e impressoras 3D podem até ganhar incentivo governamental. É só espalharem que dá pra usar essas máquinas para fazer.. tentáculos.

Fonte: Sankaku Complex.

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