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Um retrato com 900 milhões de pixels

Que tal ter um retrato com 900 megapixels de resolução máxima? Essa é a proposta do projeto Machine View elaborado pelo fotógrafo Daniel Boschung.

10 anos atrás

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Mais pixels significam uma imagem melhor? Não necessariamente. No começo da Era Digital na fotografia tínhamos a chamada Guerra dos Megapixels. Os fabricantes se esforçavam em colocar cada vez mais pixels nos novos lançamentos, levando o consumidor a acreditar que esse número era responsável pela qualidade das imagens. Claro que isso não é verdade e, na realidade, a prática de colocar mais pixels em sensores que não mudavam de tamanho levava a uma queda da qualidade desta imagem, gerando mais ruido até em ISO baixo. A quantidade de megapixels tem uma ligação muito íntima com o tamanho máximo de impressão desta imagem, mas também podem ser utilizados para gerar imagens de altíssimo nível de detalhamento. Dentro desta linha de produção que nasceram as fotos panorâmicas de cidades famosas com o popular termo Gigapixel. Uma quantidade absurda de fotos são feitas e depois todas são costuradas em uma panorâmica gigantesca. São trabalhos interessantes que, em sua maioria, são utilizados para fotografar paisagens. Mas, e se utilizássemos a tecnologia para fazer um retrato?

Foi o que fez o fotógrafo Daniel Boschung com seu projeto Machine View, onde ele busca fazer um verdadeiro trabalho de mapeamento cartográfico do rosto humano. A ideia é fazer retratos de pessoas. Mas, diferente do tradicional método de levar o modelo até o estúdio e fazer um retrato apenas com iluminação adequada, Daniel Boschung resolveu criar um processo automatizado para criar uma foto panorâmica do rosto humano. A cobaia, digo, voluntário senta-se em frente a um robô que tem acoplado ao seu braço uma câmera Canon EOS 5D Mark II com uma lente macro de 180mm. Seguindo os comandos de um software, escrito especialmente para o projeto, o robô executa um total de 600 fotos da pessoa que, posteriormente, são montadas para gerar uma única imagem de 900 megapixels. Imagino o hardware necessário para essa brincadeira. As imagens apresentadas são de uma riqueza de detalhes incríveis, onde cada defeito, marca ou característica da pele do retratado explodem na tela do computador. Muitos ficam consternados ao verem as imagens, pois além da quantidade de detalhes, outra coisa que chama a atenção é a falta de emoção nas faces dos retratados. Segundo o fotógrafo "As emoções estão completamente ausentes. Emoções aparecem apenas brevemente, enquanto a fotografia Macro leva meia hora. A pessoa tem que ficar imóvel ao ser fotografada pelo robô."

Você pode encontrar um exemplo dos retratos de  Daniel Boschung no site Gigapan. O vídeo abaixo mostra um pouco do processo de criação.

Fonte: ISO1200

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