Meio Bit » Arquivo » Games » Talvez os jogos não sejam tão caros quanto pensamos

Talvez os jogos não sejam tão caros quanto pensamos

O game designer e arquiteto do PlayStation 4, Mark Cerny explica porque os jogos hoje em dia não são tão caros quanto muitos gostam de dizer.

10 anos atrás

arcade

O que você acha de pagarmos US$ 60 por um lançamento? Considera o valor é alto demais? Pois o game designer e arquiteto do PlayStation 4, Mark Cerny, participou recentemente de uma palestra no DICE Summit onde defendeu uma teoria interessante, dizendo que na verdade o complicado era no início da década de 80.

Aqueles jogos eram os mais caros para se jogar. Você pagava 25 centavos por alguns poucos minutos. A expectativa hoje é de que os games sejam gratuitos ou custem US$ 60 por muitas horas de jogo.

Um dos motivos para esses curtos períodos de jogos na época dos arcades era a ansiedade das desenvolvedoras em recuperar logo o investimento. Para se ter uma ideia, era necessário que um game fosse jogado cerca de 20 mil vezes para que uma máquina se tornasse lucrativa e por isso os títulos que durassem mais do que dois minutos e meio corriam um grande risco de darem prejuízo.

Isso nos leva a outro aspecto interessante citado por Cerny, que é o preço de desenvolvimento dos jogos. Segundo ele, embora muitos gostem de comparar as pessoas que criavam jogos naquele período com os desenvolvedores indies de hoje em dia, existia um enorme comprometimento financeiro naqueles anos e por isso as criações precisavam passar por um rigoroso processo de aprovação, com alguns projetos podendo custar milhões para serem concluídos.

Mesmo assim, o homem que começou na Atari e ao longo dos anos trabalhou em jogos como Sonic the Hedgehog 2, Crash Bandicoot e Ratchet and Clank, reconhece que hoje a concorrência é maior, pois se alguém que lança algo na App Store precisa se destacar entre milhares de jogos, no início da indústria só precisava se preocupar com dois ou três competidores diretos.

Pensando bem, talvez a maior parte dos Free-to-Play não passem de arcades disfarçados, mas considero o ponto de vista de Cerny bastante interessante e algo que reforça seu raciocínio era o frisson gerado quando sabíamos que um título de arcade seria lançado para um console da época e o motivo para isso era óbvio: Assim não precisaríamos vender a merenda só para jogar um pouquinho, sem falar que não correríamos o risco de nos envolvermos em confusão em num fliperama.

Fonte: Polygon.

Leia mais sobre: .

relacionados


Comentários