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Estudo mostra que criar música ajuda a combater o câncer

Cientistas dos EUA fazem estudo que comprova que trabalhar com música pode ajudar no tratamento do câncer em crianças, adolescentes e jovens adultos. Os resultados são animadores.

10 anos atrás

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Eu não sei quanto a vocês, mas música pra mim sempre foi um santo remédio. Tanto ouvir quanto criar, sempre teve um impacto positivo no meu dia-a-dia, tanto em momentos tristes, como em momentos felizes.

Mas até aí, sou apenas um geek de música, e o que me faz feliz pode se aplicar apenas a mim ou a poucos indivíduos, certo? Errado.

Um estudo feito pela Dra Joan Haase e sua equipe da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, confirmou que a chamada musicoterapia pode sim ajudar crianças, adolescentes e jovens adultos a lidar melhor com o tratamento do câncer.

Várias famílias já sabiam disso ao perceberem a melhora na saúde de pessoas próximas de seus convívios, mas agora temos um estudo científico comprovando sua eficácia no combate ao tumor, especificamente.

Os pesquisadores fizeram algumas experiências com pacientes de idades entre 11 e 24 anos, pedindo para que eles escrevessem as letras, compusessem as músicas e produzissem videoclipes com esse conteúdo. Tudo, claro, sob a supervisão de um músico-terapeuta, que ajudava a molecada a identificar o que era mais importante para eles, e como comunicar suas ideias.

Fazendo um rap, uma melodia no piano, violão, e até mesmo violino em alguns casos. Tudo de acordo com a proficiência musical de cada um deles. Depois de prontos, os vídeos foram compartilhados com a família e com os amigos, como se fosse uma premiere de videoclipes famosos.

Todos os pacientes foram submetidos a tratamentos de transplante de células-tronco de alto risco. E os pesquisadores descobriram que esses indivíduos aumentaram sua resiliência (ou, em palavras mais simples, passaram a ter muito mais energia pra lidar com essa situação de estresse), além de uma significante melhoria nas relações com a família e com amigos.

"Adolescentes e jovens que são resilientes têm uma capacidade maior de superar a doença" - afirma a Dra Haase.

Após as sessões, os cientistas descobriram que os pacientes do grupo que fez os vídeos com suas músicas relataram se sentir mais resistentes e mais capazes de lidar com o tratamento do que o outro grupo que não participou da musicoterapia.

Estes fatores funcionam como uma certa proteção ao bem estar dos adolescentes, e pode certamente ajudar a lidar com o câncer e aumentar sua esperança durante a batalha no decorrer a doença. Rola um senso de domínio sobre o próprio corpo, maior auto-confiança, mas também um desejo maior de estender a mão e ajudar os outros. E não somente em relação aos dias dentro do hospital, mas maior vontade de ajudar, pura e simples.

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Lembrando que este tipo de tratamento não substitui os métodos tradicionais de combate ao câncer, é uma maneira complementar de aumentar o bem estar da pessoa nestas condições.

E ele praticamente não tem efeitos colaterais, salvo o uso de músicas que podem estressar ainda mais os pacientes. Mas isso precisa ser verificado caso a caso, afinal gosto é algo muito pessoal. Pessoalmente eu não iria querer criar nada muito depressivo, pois isso poderia me fazer ficar ainda pior, mas vai de cada um e o musico-terapeuta precisa ter essa sensibilidade.

Isso me lembra o caso, há algumas semanas, de uma mulher chamada Deborah Cohan que surpreendeu o mundo ao pedir que os médicos e enfermeiros dançassem com ela em um flash mob, antes de sua mastectomia, uma cirurgia de retirada da mama, comumente feita com parte de um dos tratamentos cirúrgicos para o câncer. Quem não viu, veja abaixo:

karenrme — Deb's OR Flash Mob

Música 2 × 0 Câncer. E que esse placar continue cada vez mais elástico.

Fonte: BBC.

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