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Se for ao cinema, deixe o Google Glass em casa

Proprietário de um Google Glass foi retirado de uma sala de cinema nos Estados Unidos sob a suspeita de que estava fazendo uma cópia do filme.

10 anos atrás

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Em uma bela noite de domingo (ou de quarta-feira, quando os ingressos são mais baratos), você decide ir ao cinema com a sua dona digníssima esposa. Chegando lá, depois de enfrentar uma longa fila para comprar as entradas e outra para o refri e a pipoca, entram na sala de exibição e aguardam o início do filme. O som alto e de qualidade, juntamente com a tela espetacularmente grande, criam todo um clima.

Uma hora após o início, um cidadão para ao seu lado e, quando você se vira para ver quem é, dá de cara com o brasão da Polícia Federal. O agente público retira os seus óculos e pede, educadamente, que você e sua esposa o sigam para fora da sala de exibição. Do lado de fora, entre cinco e dez policiais, além dos seguranças do shopping, estão esperando.

O relato feito nos dois primeiros parágrafos deste texto, obviamente contextualizado à realidade brasileira, ocorreu em Columbus, no estado americano do Ohio. O agente público era do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Os óculos em questão eram o Google Glass. O motivo da retirada era a suspeita de que o cidadão estava utilizando o gadget para fazer uma gravação não autorizada do filme em questão.

Após serem levados para salas distintas e reservadas, o casal começou a ser questionado pelos agentes sobre os óculos. O homem tentou explicar que havia comprado os óculos e mandado fazer lentes para as quais recebeu prescrição médica, mas a explicação não parecia convencer os puliça. O homem, então, tentou explicar que o aparelho estava desligado durante o filme, mas que, mesmo assim, poderia ligá-lo a um computador, através de uma porta USB, para que o conteúdo do dispositivo pudesse ser verificado.

Eles queriam saber quem eu era, onde vivia, onde trabalhava, quanto eu ganhava, quantos computadores eu tinha em casa, por que eu estava gravando o filme, a quem eu daria a gravação”, relatou o infeliz cidadão. Mesmo após responder todas as perguntas e negar, com veemência, que estava gravando o filme (explicou que, quando ativo, o Glass ilumina a pequena tela diante da lente), mais e mais perguntas eram feitas.

Um longo tempo após o início da confusão, alguém resolveu pegar um notebook, um cabo USB e, finalmente, verificar o que havia no danado do Glass. Após transferirem todas as fotos e vídeos do casal e seu cão e verificarem um por um, os agentes concluíram que, de fato, não havia nenhuma gravação nos óculos e, como forma de se desculparem pelo ocorrido, deram um par de ingressos para que o casal pudesse assistir o filme em outra ocasião. No final, mais dois pares foram dados ao casal, mas nenhum pedido de desculpas formal foi feito.

É claro que a pirataria deve ser coibida de todas as formas possíveis, mas a chegada do Google Glass, mesmo que ainda de forma restrita, evidencia a falta de uma legislação atual que englobe como e onde o dispositivo pode ser utilizado, além, é claro, da falta do preparo de agentes públicos (e nem estamos falando do Brasil) em lidar com novas tecnologias.

Fonte: Business Insider.

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