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Erro do Walmart derruba preço de PC para R$ 580 e espertinhos querem levá-lo a todo custo

Lei de Gérson, ativar! Walmart divulga computador de R$ 2.398,00 erroneamente por R$ 598, cancela as vendas e espertinhos exigem a entrega do produto

10 anos atrás

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Na madrugada de segunda para terça-feira a internet brasileira entrou em polvorosa, mais uma vez devido a um erro de preço em um produto ofertado por um loja online. A bola da vez foi o Walmart, que por uma falha de sistema ofertou um computador com configuração mediana (i5 3330, quad-core de 3 GHz, 8 GB de RAM, HD de 1TB, monitor LED Samsung de 21,5" e gravador de DVD) pela suspeita bagatela de R$ 580, sendo que o valor real era de quase 2.400 reais.

Evidentemente que por se tratar de uma falha (provavelmente humana, o estagiário já deve ter sido inclusive remanejado para a cafeteria da empresa), a festa não durou muito tempo e a loja enviou uma nota a todos os compradores informando o que aconteceu, e obviamente cancelando a compra.

O tal PC em questão; só o monitor vale mais de R$ 580

Como todas as vezes que isso acontece os fiéis da Igreja das Vantagens Infinitas de Gérson colocaram a boca no trombone, alegando que a loja é obrigada a arcar com o prejuízo e tem que cumprir a oferta, muitos estão querendo acionar o PROCON para garantir a entrega do produto pelo preço anunciado, o de sempre. A alegação é de que o Walmart estaria descumprindo o CDC, a falácia preferida dos espertinhos.

Acontece que as pessoas esquecem que o Código de Defesa do Consumidor foi criado para evitar abusos nas negociações de compra e venda, independente de que lado esteja o mal intencionado. Costuma-se utilizar o CDC como defesa para aproveitamento da situação em casos de erro, o que caracteriza má-fé por parte do consumidor: na maioria das vezes a justiça entende que a tentativa de uso do código em prol de beneficiamento próprio em detrimento ao prejuízo de outrem vai contra os parâmetros éticos pelos quais o PROCON é obrigado a se pautar.

Nada contra quem comprou um para tentar a sorte, teve a compra estornada e ficou na sua, pois já esperava lá no fundo que o negócio não se concretizasse. O que eu entendo por má-fé da grossa é gente comprando e tirando screenshot da operação, já se abastecendo de recursos para uma futura ação na justiça, pois ele SABE que o preço está errado mas quer levar mesmo assim. Má-fé são pessoas comprando seis, sete unidades para revender, como ficou evidente neste screenshot do Mercado Livre (clique para ampliar):

Clique para ampliar

Eu concordo que as lojas também aprontam muito das suas, a gente vê todo o ano o que acontece no Black Friday. O que eu não aceito é o argumento de que o brasileiro tem o direito de fazer coisa errada porque é constantemente sacaneado. E não se enganem pensando que isso é exclusividade de nosso povo, jeitinhos existem em todo lugar do mundo.

Se o Walmart honrasse a burrada e entregasse os PCs estaria ganhando muitos pontos de marketing, mas o jurídico não deixaria nunca uma coisa dessas passar. A mídia gratuita seria imensa, mas por outro lado um erro desse tipo não desabona a imagem da loja, e a reclamação dos consumidores que querem levar vantagem não tem amparo, de qualquer forma.

Fonte: BQEG e boa parte da internet brasileira.

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