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Os 7 maiores Epic Fails da história da computação

Errar é humano, mas pra errar BONITO é preciso um computador. Duvida? Veja então os 7 maiores Epic Fails da informática…

10 anos atrás

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Murphy sempre foi uma ameaça presente em qualquer projeto, mas pra zonear mesmo, causar aquele Epic Fail memorável, tem que ter computador no meio. Em nenhuma outra área um “ops” de um programador consegue se amplificar a ponto de concentrar as atenções do mundo.

Vejamos então sete casos famosos onde nem tudo deu tão certo quanto imaginava-se…

1 — Mars Climate Orbiter

US$ 700 milhões, anos planejando a missão, uma sonda orbitaria Marte, após 10 meses de viagem e uma manobra de aerobraking na atmosfera do planeta vermelho. Só que ao invés de entrar a uma altitude de 150 km, a sonda estava a 57 km. Foi desintegrada sem dó, queimando uma fortuna em alguns segundos. O motivo?

O software de navegação da sonda usava unidades no sistema métrico, o software de controle em terra, unidades imperiais inglesas. Mas ei, a NASA sabia disso, havia uma rotina de conversão, mas se você vai e volta muitas vezes, acaba com valores imprecisos. De tanto arredondar, a Mars Climate Orbiter rodou bonito.

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2 — Ariane 5

4 de junho, 1996, França vai lançar seu mais novo foguete, o Ariane 5. Tudo parece excelente, até que o foguete desvia da rota, aciona a autodestruição e produz um espetáculo lindo e caro. Motivo?

O estagiário resolveu aproveitar software do Ariane 4, inclusive um sistema de controle de vôo. Que tinha um bug horrendo. Uma função recebia um valor de 64 bits em ponto flutuante, mas esperava um inteiro de 16 bits sem sinal. No Ariane 4 isso não dava erro pois os parâmetros de vôo retornavam valores que cabiam em 16 bits. O envelope do Ariane 5 era diferente, o parâmetro medido era grande demais, então… OPERATOR ERROR.

JeiceTheWarrior — Longer video of 'Ariane 5' Rocket first launch failure/explosion

3 — Patriots

Guerra do Golfo. Depois de um empate com o Irã, Saddam Husseim arranja um adversário menor. Invade o pequeno Kuwait, passa 6 meses barbarizando a população local. ONU forma uma coalização pra ensinar que não é assim que a banda toca.

Saddam faz o lógico. Diz que se as tropas da ONU invadirem, vai atacar Israel, que por sua vez avisa discretamente que a opinião pública do povo judeu em relação a armas químicas não é muito favorável, e se Saddam soltar um barbantinho cheiroso, vão transformar Bagdá em um belo deserto de vidro. Os EUA entram na conversa, instalam baterias de misseis Patriot que interceptam os Scuds iraquianos, destruindo-os de forma inofensiva nos céus israelenses. George Bush pai se gaba com 97% de eficiência.

Na prática? Algumas pesquisas apontam para ZERO PORCENTO. Isso interceptando os Scuds, um míssil vagabundo, luxo russo criado em 1957, tão ruim que quem fez o upgrade pro Saddam foi um brasileiro (não pergunte).

Motivo do bug? O timer interno do sistema de radar tinha precisão limitada. Com o passar do tempo se perdia. Os israelenses descobriram que mais de 8 horas ligado, já dava problema. O Patriot explodia bem longe do Scud. Americanos foram avisados, e a solução era digna do Roy: ligar e desligar o sistema de vez em quando. O fabricante, a Raytheon, também soube e correu atrás de um bacalhau.

No dia 25/2/1991, em Dhahran, Arábia Saudita, uma bateria de Patriots detectou um Scud. Ela estava ligada havia mais de 100 horas. O timer tinha uma diferença de 1/3 de segundo. O Patriot decolou mas explodiu a 600 metros do alvo. O Scud acertou em cheio (por sorte) um alojamento, matando 28 soldados americanos. No dia seguinte a Raytheon soltou o fixpack consertando o software, Esse foi um dos momentos “PQP, só agora?” clássicos da indústria de TI.

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4 — Mars Polar Lander

Yes, Marte de novo.

Era a missão mais ambiciosa de 1999. A sonda iria pousar e, com um braço mecânico, coletar e analisar amostras do solo marciano. Tudo até aí deu certo.

Reentrada (a rigor, entrada), escudo de calor, pára-quedas, by the book. Estavam na fase final, a uns 40 m de altitude, já usando os retrofoguetes para descer suavemente, pousando a uns 2,4 metros por segundo. A MPL acionou o trem de pouso, aí deu-se a caca. O software de vôo havia sido programado para identificar quando o trem de pouso encostasse no chão, seria sinal para desligar os foguetes.

Só não contavam que o software iria detectar as vibrações do trem de pouso sendo estendido e entender que significava que haviam tocado o chão. Os foguetes foram desligados e a MPL caiu como uma pedra marciana, atingindo o solo a 80 km/h, que em Marte equivale a… sua sonda já era.

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5 — USS Yorktown

1997. Marinha dos EUA testando o projeto Smart Ship, onde computadores controlariam todos os aspectos dos navios, aumentando a eficiência, economizando milhões e eliminando pelo menos 10% da tripulação. O Yorktown estava sob controle de uma rede de 27 Pentiuns Pro dual, de 200 MHz (na época era rápido, não ria) rodando… Windows NT (agora pode rir).

Durante um dos testes um marinheiro preenche um campo em uma tela do sistema e coloca um valor “0”. O sistema usa o valor pra dividir, cai num erro divide by zero, gera um buffer overrun e a rede cai. Tudo. Propulsão, armamento, navegação, a máquina do cara jogando Galaga…

Segundo algumas testemunhas o Yorktown teve que ser rebocado para o porto. Outros dizem que não foi nada disso, e ele só ficou fora do ar, “morto na água” por 2 horas e 45 minutos.

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6 — A Grande Explosão do Gasoduto Comunista

Essa é uma daquelas deliciosas histórias da Guerra Fria que todos os envolvidos negam, então claramente são verdade. Os soviéticos estão construindo um gasoduto de 4.500 km atravessando a Sibéria.

Só que esse tipo de obra demanda uma tecnologia de controle bem complexa. São bombas, sensores, computadores, tudo. Os russos decidem que a melhor forma de conseguir a tecnologia é usando a KGB (sim, crianças, não foi Obama quem inventou a espionagem) para para roubar uma empresa canadense.

A CIA, através de um desertor russo, descobre o plano. Entra em contato com os canadenses e decidem dar uma sacaneada nos comunistas. Enfiam no meio dos sistemas um monte de bugs e cavalos de Tróia, garantindo uma boa surpresa pra quem colocar as mãos nos planos. Os russos prontamente roubam a tecnologia canadense, constroem o gasoduto e em 1982 ele explode, com energia equivalente a 3 quilotons de TNT. Ficou a lição, o kibe não compensa.

P.S.: não sei o que é isso mas é russo.

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7 — Windows Me

Esse é auto-explicativo.

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