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Esta plantinha está viva há bem mais tempo que a maioria de seus bichos de estimação

Esta planta se mantém viva desde 1960 dentro de uma enorme garrafa, garrafa esta que foi totalmente selada há pelo menos 40 anos!

10 anos atrás

No que tange a botânica, o único experimento que fiz foi plantar feijões em algodão e, pouco depois, pegar um frasco de margarina vazio, colocar-lhe pedras no fundo e preenchê-lo com terra para ver novas plantinhas se desenvolverem melhor que no algodão. Se não me engano, um dos pés chegou a florescer após uns três meses. O problema foi que a criança aqui na época não chegou a cuidar tão bem das plantas após aparecer a primeira vagem e nem sei que fim levou isso: provavelmente virou adubo num lixão.

Laguna_David_Latimer

O pequeno Manel mal sabia que, caso colocasse o conjunto dentro de uma garrafa de vidro, provavelmente esses pés de feijão estariam vivos até hoje: o inglês David Latimer plantou um pequeno jardim numa garrafa de 38 litros em 1960 e regou tais plantas uma última vez em 1972, isso antes de selá-la hermeticamente para um pequeno experimento que continua vivo até hoje, pouco mais de 53 anos depois.

Nos últimos 40 anos, as plantas ornamentais do gênero Tradescantia têm preenchido o interior desse garrafão redondo exibindo uma folhagem bem saudável sem nenhuma intervenção externa, necessitando apenas ficar perto da janela: um ambiente fechado desses não pode ficar diretamente exposto ao sol, pois acabaria cozinhando as plantas. Dependendo das plantas, cozinhá-las talvez não seja ruim, if you know what I mean.

Enfim, a planta original cresceu e se multiplicou, dando origem a várias mudas: como o conjunto tinha acesso à luz natural, continuou realizando a fotossíntese. Parte da água na garrafa é consumida pela planta e sai do vegetal na forma de vapor, que condensa e retorna para o fundo numa versão em miniatura do ciclo da água: outro ciclo ocorre quando uma folha morre, cai e é decomposta por bactérias, deixando nutrientes para mais folhas crescerem.

Laguna_Jardim_Engarrafado

Parece mas não, não é aquela plantinha que faz “cigarrinho de artista” (Crédito: Dailymail UK)

O que o senhor Latimer fez foi um experimento científico simples chamado terrário, um viveiro fechado que permite aos botânicos estudar o delicado equilíbrio da natureza e como esse pequeno ecossistema prosperaria (ou não). O interessante de conter esse viveiro numa garrafa de vidro seria a facilidade de montar algo assim: basta misturar plantas, terra com algum adubo e umidade, deixando tudo isso num ambiente minimamente ensolarado.

Uma planta da mesma família (Commelinaceae) dessa Tradescantia do terrário quarentão, a Tradescantia pallida var. purpurea, é encontrada com facilidade em canteiros e jardins da cidade de São Paulo e já foi tema de estudo, servindo de monitor biológico para a genotoxicidade das radiações ionizantes. Pobres plantinhas, não são tão fofinhas quanto beagles.

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