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Black Friday do Brasil foi cinzenta

12 anos atrás

Adotamos mais uma modinha norte-americana. Depois das festas juninasBlack Friday cinzenta em escolinhas se transformarem em eventos country e o dia das bruxas ser comemorado no dia errado – para os wiccans do hemisfério sul o samhain, como é o nome correto do dia, é comemorado no final do verão, ou dia 1 de maio –, agora aderimos ao Black Friday.

Para quem não sabe, o Black Friday é um dia de ofertas gordas nos Estados Unidos, feito após o Dia de Ação de Graças. Como não comemoramos nenhum Dia de Ação de Graças por aqui – ainda –, não deveria haver qualquer Black Friday. Mas o comércio parece ter gostado da ideia, e aproveitou para lotar nossas caixas de email com spams anunciando suas ofertas para esse dia especial.

Não sou do tipo que chama os Estados Unidos de porcos capitalistas ou imprerialistas, só acho que poderíamos manter nossas coisas aqui no Brasil como são. Não há motivo de ser uma Black Friday se não houve uma comemoração de Dia de Ação de Graças.

E para deixar tudo mais deprimente ainda, as famosas ofertas oferecidas por aqui foram, em sua maioria, minguadas e falsas. É muito fácil subir o preço de um produto, anunciá-lo por seu preço normal e oferecer como promoção imperdível de Black Friday. O que aconteceu foi que a maioria das pessoas percebeu o engodo.

Enquanto que nos Estados Unidos as coisas realmente sofrem baixas de 50% ou até 70%, aqui tivemos até a Apple BR envolvida, oferecendo descontos de R$130 em seus notebooks. Tenha dó. As outras varejistas virtuais também ofereceram preços duvidosos, incluindo ofertas que já estavam rolando e só sofreram uma mudança de nome.

A falsidade foi tão descarada que o Procon abriu uma investigação para apurar os preços inflados. Há!

Na verdade, nossa Black Friday acontece em janeiro, quando todo mundo encheu – e esvaziou – os bolsos no Natal, e quer faturar mais um pouquinho se desfazendo de seus estoques no fraco começo de ano (janeiro é um terror para muita gente, já que no Brasil o ano só começa mesmo depois do Carnaval). Aí sim temos descontos e saldões daqueles. Vale até a pena adiar a compra de um presente no Natal para comprá-lo a preços melhores em janeiro.

Querem imitar um evento norte-americano? Vão em frente, mas façam direito.

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