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Sobre pais, filhos, amigos e um pouco de videogame

Antes apontados como um formador de pessoas introspectivas, porque não encarar os videogames como uma ferramenta que pode unir as pessoas?

10 anos e meio atrás

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Eu sempre gostei muito de videogames. Talvez seja desnecessário dizer isso após tanto tempo escrevendo sobre eles, e também pelo simples fato de hoje minha vida praticamente girar em torno dos jogos eletrônicos, mas a verdade é que desde que me entendo por gente eu gosto de dedicar algumas horas a essa forma de entretenimento e entre as muitas coisas que os games me deram estão as amizades e o tempo que pude passar com pessoas que tanto gosto.

Me lembro claramente das longas tardes diante da televisão acompanhado do meu pai enquanto tentávamos chegar o mais longe possível no River Raid ou no Enduro, das tentativas de descobrir a utilidade dos muitos botões no controle do Mega Drive ou dos pedidos para que ele ficasse só mais um pouco ali comigo, vivendo naqueles mundos fantásticos.

Se não fossem os games talvez eu tivesse passado mais tempo com aquela pessoa fantástica fazendo outras coisas, isso eu nunca saberei, mas tendo nos deixado há tantos anos, atualmente uma das memórias mais fortes que tenho dele é justamente a maneira como nos divertimos sendo pilotos de aviões, motociclistas, atletas e porque não, heróis.

Infelizmente a vida me impediu de saber como seria o meu relacionamento com meu pai hoje, se gostaríamos das mesmas coisas, se eu teria seguido a sua profissão ou mesmo se ainda passaríamos algum tempo matando monstros virtuais ou jogando no mesmo time em algum simulador de futebol. Embora meu filho ainda não se interesse muito por games, vez ou outra me pego segurando o iPad enquanto ele se diverte com algum aplicativo educativo, algo que por vezes me faz imaginar como será dividir essa paixão com ele, caso ele também goste do assunto.

river-raidO fato é que na maior parte do tempo não nos damos conta de como os games podem ser uma excelente maneira de nos aproximarmos de amigos ou parentes, principalmente nos dias atuais, quando a internet facilita muito essa relação virtual. Se você parar para pensar, verá que se não fosse pelos jogos eletrônicos, talvez falássemos muito menos com nossos irmãos, primos ou amigos.

Isso me lembra que fiz várias amizades por causa dos videogames. Pessoas com as quais eu adorava me reunir para disputar as mais emocionantes partidas ou simplesmente discutir por horas sobre o quão fantástico era aquele título, pois é claro, é muito mais fácil nos relacionarmos com aqueles que possuem gostos semelhantes aos nossos.

Os consoles antigamente eram vistos como brinquedos responsáveis por criar pessoas introspectivas, mas eu vejo de uma forma completamente diferente. Acredito que muitos de nós preferem o usar, mesmo que inconscientemente, como uma ferramenta agregadora, algo capaz de nos reunir não somente para nos entreter por algumas horas, mas também para aproveitarmos algum tempo ao lado de quem gostamos.

PS.: Este texto foi baseado neste belo artigo publicado no Joystiq, nos quase 30 anos que venho dedicando aos games e nas muitas pessoas com quem tive o contato aproximado graças a eles.

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