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Pandora e Pink Floyd trocam farpas sobre royalties

O Pink Floyd publicou uma carta aberta no USA Today reclamando do Pandora, que busca aprovar uma lei no Congresso para reduzir em até 85% os royalties dos artistas. Entenda melhor a questão.

11 anos atrás

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Os três integrantes do Pink Floyd, Nick Mason, Roger Waters e David Gilmour publicaram um manifesto contundente contra o Pandora no USA Today no domingo passado, reclamando que a rádio online está tentando reduzir os royalties dos artistas em até 85%.  A nota é assinada de forma conjunta pelos três músicos do Pink Floyd, mas parece ter sido escrita mesmo por Roger Waters. O tecladista Rick Wright infelizmente morreu em 2008, mas se estivesse vivo, certamente também assinaria.

Este é o primeiro parágrafo do texto, traduzido livremente:

“Grandes músicas inspiram emoções profundas, e empresas e negócios sempre buscaram usar este poder para fazer dinheiro. Não tem nada de errado nisto, todo mundo merece ganhar seu sustento, mas muitas vezes isto leva a um comportamento menos que escrupuloso. O mais recente exemplo é como o Pandora está lutando por uma lei especial no Congresso para cortar os royalties dos músicos, e as táticas que eles estão usando para enganar os artistas para apoiarem este corte injusto no pagamento.”

A nota do Pink Floyd continua dizendo que é uma questão de princípios para a banda que a música deles esteja disponível para todos os fãs por um preço justo, mas que os serviços de música online e mobile devem pagar aos artistas e músicos que criaram o material. Segundo o texto, 90% dos artistas que recebem menos de US$ 5 mil pelas músicas tocadas online. Para completar, o trio disse considerar estranho que o Pandora faça lobby pela lei Internet Radio Fairness Act (IRFA) no Congresso tentando reduzir o valor pago pelos royalties depois de todo o sucesso dos últimos anos, incluindo uma oferta de ações de US$ 235 milhões e o aumento da audiência, que duplicou no mesmo período.

O Pink Floyd também cita no texto os emails que o fundador do Pandora Tim Westergreen trocou com artistas insatisfeitos com seus rendimentos sobre a lei IRFA, e o assunto foi parar no Huffington Post. O Pandora respondeu oficialmente hoje, dizendo ter muito respeito pelos membros do Pink Floyd e pela opinião deles, mas que acredita que eles receberam “informações erradas”, e põe a culpa de tudo no colo da RIAA e seus lobbystas. O Pandora diz que não irá fazer nenhum corte de 85% no pagamento dos artistas, e que é a rádio que paga melhor os artistas no mundo, ou 4 vezes e meia o valor da mesma música tocada em um rádio convencional.

táticas que eles estão usando para enganar os artistas para apoiarem este corte injusto no pagamento

O corte de 85% contestado pelo Pandora, é explicado no site Music Coalition, ele estaria na própria lei que a empresa de rádio online está tentando passar no Congresso, que busca reduzir ou alinhar a diferença entre os royalties de rádios de internet de 50% dos lucros para os royalties de rádio via satélite, 8% dos lucros.

Minha opinião, o Pandora se revolta pois gostaria de pagar os mesmos royalties do que as rádios FM, e os artistas se revoltam pois ganham pouco de todos os lados. Eu estou do lado dos artistas, e acho que os músicos do Pink Floyd estão cobertos de razão. Acredito que deveria acontecer justamente o contrário, as rádios via satélite deveriam pagar mais por execução, e não o valor das radios online ser reduzido.

Quando o assunto são os royalties de direitos autorais, é impossível não pensar que no Brasil o assunto é uma imensa caixa preta, a cargo do nefasto ECAD, tema para muitos outros posts.

Fonte: USA Today e Business Insider

Roger Waters pixando o muro de Bethlehem. Crédito: AP Photo/Magnus Johansson-MaanIm

Roger Waters pixando o muro de Bethlehem.
Crédito: AP Photo/Magnus Johansson-MaanIm

 

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