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Japão na vanguarda dos ebooks. Adivinhem o tema preferido

16 anos atrás

Uma enfermeira japonesa (calma, a sacanagem não começou ainda) está vendendo mais que Dostoievsky. E não é a única. Dos 10 campeões de vendas, com média de 400.000 exemplares (físicos) vendidos, metade são keitai shousetsu, livros escritos em celular.

A moda pegou, revelando um monte de escritores despretensiosos que estão ganhando uma baba, com histórias de e para meninas adolescentes, bem no estilo japonês. Um campeão de vendas é Koizora (Love Sky), que conta a linda história de uma colegial que foi atacada, passou por um estupro coletivo e engravidou. A típica historinha edificante (tm Borbs) adorada pelas japinhas. Vendeu 1.2 milhão de exemplares.

Ou seja: Enquanto aqui a gente ainda pensa em ebooks, no Japão já estão escrevendo E lendo livros em celulares. Não esqueçam que os números acima são só de vendas tradicionais, online os números são bem maiores.

Só não esperem nada digno de Hemingway, o nível da literatura de celular é semelhante aos livrinhos de faroeste vendidos em bancas de jornal. Os textos contam com nenhum desenvolvimento de personagens, e os autores usam emoticons para pontuar as emoções, coisa que faria até Paulo Coelho virar-se no túmulo, se morto fosse.

Que sexo vende, é um fato, mas não deixa de ser agradável surpresa a literatura porno-erotico-safada colegial ter renascido no Japão. Em tempos de MSN "tem cam?" onde a arte da safadeza escrita vem virtualmente se extinguindo, ter um nicho de escritores E leitores, em crescimento, é maravilhoso.

Mesmo para quem não consome sacanagem (escrita) japonesa.

Fonte: The Sidney Morning Herald

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