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Antes do rádio havia… o streaming!

Como era a tecnologia de entretenimento no final do Século XIX? Como os geeks da época se divertiam? Surpreendentemente bem, você descobrirá.

11 anos atrás

electrophone users

Manja aquele esquema de chamar os amigos para ver a final do Brasileirão em casa, ou então acompanhar o UFC, ou mais provavelmente a estréia de Os Vingadores na Sky HD?

Isso não é novidade nenhuma. Esse pessoal da foto está fazendo a mesma coisa, dois séculos atrás.

A novidade tecnológica era o Electrophone, uma variação do telefone voltada para entretenimento, fornecida pelas teles da época.

O assinante do serviço era agraciado com um receptor e dois fones de ouvido. Quando queria ouvir música, ou acompanhar uma peça de teatro, pegava o microfone, falava com a operadora, que informava quais shows estavam acontecendo naquele momento. O sujeito escolhia, era conectado à transmissão, colocava os fones e apreciava o espetáculo.

electrophone receivers with stand

Não era exatamente um iPod.

Era muito caro assinar o Electrophone. Custava £ 5 por ano, ou £ 550 em dinheiro de 2012, ou R$ 1.650,95 em dinheiro de pobre. R$ 137,50 por mês. Sem canal pornô. Imagino. Os fones adicionais custavam £1 por ano. Os realmente ricos faziam festas onde os amigos vinham, com suas melhores roupas, e todos ouviam a música.

leaflet01Por volta de 1908 o sistema, que foi criado m 1895, já estava instalado em 30 teatros e igrejas na Inglaterra, e tinha por volta de 600 assinantes. Bem mais que seu vlog.

É divertido perceber que o fone de ouvido, embora bem parecido com os atuais, era invertido. Ninguém ainda havia pensado na idéia óbvia (para nós) de cortar o cabo inútil e colocar o fone na cabeça.

Menos divertido é pensar que os usuários do Electrophone tinham menos problema com suporte, falavam facilmente com um humano do outro lado da linha  curtiam suas músicas, missas e peças sem lag, sem pacotes perdidos, sem problemas de rota e sem anúncios do Google enchendo o saco no meio da transmissão.

O Electrophone sobreviveu até os anos 1920, quando foram dizimados pelo rádio, tecnologia que não botaram fé que iria vingar. Quando as pessoas perceberam que tinham muito mais opções de música e entretenimento de graça, cancelaram em massa o serviço.

Triste para os envolvidos, mas tecnologia é assim mesmo. No momento em que uma solução muito mais simples, que atende muito melhor aparece, a solução antiga deixa de ser interessante, aí ou se adapta ou morre.

O modelo atual de televisão está na mesma situação do Electrophone no início da Era do Rádio: a solução nova É mais eficiente, mas ainda é confusa, não tem escala e não é óbvia para as pessoas comuns. No dia que decodificarem esse código, veremos uma quebradeira geral. Será divertido.

Fonte: British Telephones.

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