Meio Bit » Arquivo » Hardware » Embarcando o Linux

Embarcando o Linux

17 anos atrás

embedded.jpgNão é de hoje que vocês sabem que ando "flertando" com dispositivos embarcados rodando Linux. Este é um dos principais motivos do meu relativo desaparecimento.

Hoje, felizmente, minha própria placa ganhou vida ( It's alive... it's alive! ) e é bem possível que o volume de trabalho diminua... se bem que, levando em consideração que a curva de aprendizado para se programar o Linux é muito alta... não sei, não. Aliás, antes que começem a dizer que sou preguiçoso/burro/vendido, vou logo avisando: além do software, também faço o hardware. Uma documentação fácil de se entender viria bem a calhar ( e observem que volume nem sempre se traduz em qualidade ).

O ponto é o seguinte: é preciso tanto trabalho, mas tanto trabalho para se embarcar o pinguim, que, sinceramente, estou reconsiderando a opção pelo Sistema Operacional. Além das incertezas do licenciamento, é muito difícil achar informação. Pelo menos, a informação certa. Há milhares de "Howtos" espalhados pela internet, mas a maioria ou é superficial ou obsoleta. Vou dar um exemplo prático: o processador que escolhi tem três linhas de interrupção externa. Como saber se o kernel as configurou para serem ativadas por nível ou transição? Em qual arquivo está isso? Não é importante? Apenas se eu quiser ficar com o hardware de referência, fornecido pelo fabricante.

Não é o tipo de coisa que o programador comum saiba ( até porque, o programador comum faz coisas mais... comuns, certo? ) e mesmo programadores experientes se enrolam. Mas é o tipo de coisa que o sujeito que "embarca" o Linux precisa saber. Ao menos, precisa saber onde está, pois sempre há um chip novo que não tem driver ou é preciso otimizar algum já existente.

Se o sistema fosse vendido por alguns dólares e esse dinheiro fosse usado única e exclusivamente em documentação ( não me xinguem, mas vejam a diferença entre o que a Microsoft oferece e o que a comunidade oferece ), seria a opção de nove em cada dez projetos. Sem isso, é bom provável que o Windows CE continue sua expansão.

Aliás, o que é bem comum acontecer é que, em vez da empresa licenciar o Windows CE, por exemplo, acreditando na "redução de custos" que o software livre trará para o projeto, acaba virando refém de outras distribuidoras de software. Seis mil dólares por uma licença do ambiente gráfico, quatro mil pelo ambiente de desenvolvimento, o dobro do salário para o engenheiro que entende de Linux ( se comparado com aquele que programa para a "plataforma-proprietária-do-demo" ) e por aí vai. É claro que sempre vai aparecer alguém e dizer que somos todos estúpidos, que poderíamos fazer tudo sem pagar nada, já que temos alguns fontes... mas, convenhamos: projeto atrasado, sua equipe trabalhando no meio da madrugada e aparece uma dúvida. Você escolheria um bom suporte ou um fórum qualquer?

relacionados


Comentários