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Fotografia de Natureza no Morro do Diabo

11 anos atrás

Fotografar a natureza é um dos grandes temas tanto para fotógrafos amadores quanto para profissionais. Pegar seu equipamento e se aventurar por trilhas ou parques ecológicos é uma das grandes fontes de relaxamento para fotógrafos urbanos que vivem o dia a dia do estresse das cidades. As vezes, nem é necessário sair da cidade, pois conheço muitas pessoas que se aventuram no mundo da fotografia macro sem a necessidade de sair de suas casas. O pequeno jardim é o local de grandes aventuras e magníficas imagens. Por isso que fico muito feliz em ministrar cursos de fotografia de natureza aqui na região onde moro. Meu contato com a natureza começou em 1995 quando adentrei à faculdade de Geografia na Unesp. Desde o primeiro ano a linha de pesquisa escolhida foi a Educação Ambiental. Desde essa época me aprimorei, participei de congressos, fui vice coordenador da Câmara de Educação Ambiental do Comitê da Bacia Hidrográfica do Pontal do Paranapanema e, uma atividade que tenho muito orgulho, ministrei cursos para professores da rede estadual de ensino sobre como utilizar a fotografia para a prática de Educação Ambiental.

Por conta desde histórico fiquei muito feliz quando o município de Teodoro Sampaio requisitou à Oficina Cultural Timochenco Wehbi de Presidente Prudente um curso de introdução à Fotografia. A aula foi oferecida a mim e não recusei. Não tenho como prática ministrar cursos com temas vagos pela Oficina Cultural. Já que temos como missão a propagação da cultura, sempre tento colocar como tema das aulas alguma característica do município para poder ter uma identificação mais direta com os alunos. No caso de Teodoro Sampaio não tive dúvidas, pois fica no local um dos Parques Ecológicos Estaduais que abriga o que sobrou na região da Mata Atlântica de Interior. Estou falando do Parque Estadual Morro do Diabo. Embora a trilha principal do parque, que tem um nível de dificuldade média e a necessidade de ser percorrida com um guia, não estivesse disponível no dia, ainda temos uma vasta área da sede do parque que pode ser percorrida livremente pelo visitante e está aberta gratuitamente ao público todos os dias da semana.

A fotografia de natureza possui como objeto o registro de paisagem, animais, vegetação, flores e a macrofotografia, e podemos utilizar essas imagens para denúncia de abusos, conscientização ambiental, registro científico, educação e, por que não, decoração visual. Da mesma forma, o fotógrafo de natureza possui um perfil específico onde as principais qualidades a serem desenvolvidas são amor a natureza, paciência, humildade, domínio da técnica, conhecimento de biologia, preparação física e adaptabilidade, flexibilidade e espírito de aventura. Tudo isso você pode encontrar no livro Fotografia de Natureza Brasileira do Fábio Colombini, o único manual geral desse tipo de fotografia no Brasil (pelo menos até onde sei).

A aula foi dividida em cinco dias com 4 horas de aula em cada um. O primeiro encontro trabalhamos a introdução à fotografia básica falando da tríade obturador, diafragma e ISO, e lembrando da distância focal, tipos de equipamentos e acessórios para fotografia de natureza. No segundo dia focamos os conceitos básicos de Meio Ambiente e da fotografia de natureza especificamente e tivemos uma pequena saída a um parque da cidade. No terceiro dia tivemos um desafio que sempre gosto de fazer que é observar a natureza dentro do espaço urbano. Embora o ser humano tente desaparecer com a natureza, concretar todo o espaço, a natureza sempre encontra uma maneira de sobreviver. Observar a natureza embrenhada no espaço urbano é uma prática muito válida para a fotografia, pois é uma forma de exercitar o olhar e encontrar os detalhes do espaço que habitamos. A quarta aula foi nossa aula prática mais importante, onde passamos a tarde no Parque Estadual Morro do Diabo e registramos as imagens abaixo. Como sempre, a quinta e última aula foi reservada à escolha das fotos mais relevantes entre todas que foram executadas. Uma parte importante do trabalho fotográfico é saber escolher entre suas imagens as melhores. Não existe fotógrafo que tenha 100% de aproveitamento. A coisa mais importante para você ser considerado um bom fotógrafo é não mostrar as imagens ruins. Então é preciso saber identificá-las em seu portfólio.

Como sempre foi uma grande oportunidade para conhecer novas pessoas, passar tardes agradáveis fazendo o que se gosta e levar aos alunos aquele amor que sentimos pela prática fotográfica.

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