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Windows Compute Cluster Server

17 anos atrás

Tudo começou com o surgimento dos primeiros mainframes, ainda na década de 40. Você já deve ter visto um desses em filmes: aquelas máquinas enormes sendo operadas por técnicos com cara de nerd, vestindo avental branco. Tudo bem que no começo eles tinham a capacidade de uma calculadora moderna, ou menos, mas o objetivo sempre foi o processamento de grandes volumes de informação; uma atividade vital para grandes organizações (bancos, universidades), institutos de pesquisa e militares. Os mainframes ainda fazem parte do dia-a-dia das grandes corporações e de governos, são bastante utilizados em atividades que necessitam de altas taxas de transferência de dados, mas hoje dividem espaço com os chamados supercomputadores: máquinas utilizadas na solução de problemas que demandam o uso de grande quantidade de memória e que têm o tempo como uma variável importante. Um bom exemplo é o Deep Blue, supercomputador com capacidade de avaliar 200.000.000 de posições por segundo, que venceu o super campeão Kasparov em desafios de xadrez. Com ele, o termo computação de alta performance (HPC, em Inglês) deixou os laboratórios e ganhou a mídia.

Mas e o custo? Qualquer um que trabalhe em TI sabe que este é um fator que deve ser levado em conta na estruturação de qualquer projeto, qualquer que seja a capacidade de processamento que se queira atingir. E se a capacidade necessária fosse conseguida com o uso de uma estrutura descentralizada e barata, baseada em computadores comuns, compartilhando recursos em rede? É o clustering: a computação de alta performance baseada em clusters de alto desempenho; células de processamento compostas por dois ou quatro CPUs, por exemplo, compartilhando recursos em rede e funcionando como se fossem um só grande computador. Com o avanço tecnológico do hardware (diminuição do tamanho e aumento da capacidade), essa solução tem se mostrado cada vez mais acessível.

A supercomputação baseada em clusters é a vedete do momento e vem conquistando usuários a cada dia. Mas um fator limitante para a implementação destes servidores muitas vezes é a complexidade envolvida na tarefa. A mão-de-obra altamente especializada e normalmente cara, aliada ao treinamento necessário a usuários e equipes de manutenção, faz doer ainda o bolso de empresas ou instituições que queiram aderir à computação de alta performance. O motivo? Tradicionalmente, tais servidores são baseados em sistemas operacionais gratuitos do mundo Unix (normalmente os diversos sabores de Linux),o que reduz custos por um lado, mas faz aumentar os investimentos para a integração entre os sistemas em uma mesma empresa e demanda ainda mais treinamento das equipes para executar tarefas básicas.

Mas, como sempre acontece, a Microsoft percebeu as demandas deste crescente nicho de mercado e resolveu agir, não faz muito tempo, lançando o Windows Compute Cluster Server 2003 (WCCS). A meta é bastante clara: se existe uma plataforma em crescimento, cada vez mais acessível a todos, a Microsoft quer seu software nela. Para tanto, o WCCS oferece aos clientes a facilidade do mundo Windows, as tarefas de instalação automatizadas e um modo bastante intuitivo de gerenciamento, tudo por um preço realmente baixo se comparado com outras soluções existentes. A idéia é que a facilidade maior de uso e implementação da infraestrutura resulte em maior produtividade das equipes de TI, reduzindo substancialmente os custos.

O WCCS, baseado na cada vez mais utilizada arquitetura 64 bits, também promete excelente integração com as estruturas de TI por ventura já existentes na empresa, até porque é muito comum que tais estruturas sejam baseadas em windows. O ambiente de desenvolvimento utilizado é o Visual Studio 2005, que permite a criação de aplicativos sob medida para as necessidades da empresa, em ambiente já completamente familiar aos desenvolvedores. Desta forma, é ótimo o suporte a aplicativos especializados. Outra coisa interessante é a facilidade na divisão de tarefas entre os clusters. O WCCS permite facilmente a alocação de recursos do sistema: alguns clusters podem trabalhar em tarefas menores enquanto outros trabalham em cálculos mais complexos.

Bem, os leitores deste blog devem saber que sou fã de soluções Open Source, mas que para mim ainda é mais importante a facilidade de uso das soluções e sua relação custo x benefício. Acho que todos ganham em um mercado mais competitivo, onde tanto a Microsoft quanto outras empresas ofereçam bons produtos, de forma que o usuário possa decidir pela melhor solução para sua empresa ou instituição.

A Microsoft já anunciou estar trabalhando em uma nova versão do Windows Compute Cluster Server, o WCCS 2006 (ou seria agora 2007?). Acredito sinceramente que este lançamento esteja para acontecer. Agora que o Windows Vista é uma realidade, é natural que outros produtos ganhem foco, principalmente os voltados para o mercado corporativo. Vamos aguardar.

Texto retirado de Über Geek

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