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Bradesco Next: Eles têm a tecnologia

11 anos e meio atrás

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Semana passada fui convidado a participar da inauguração do Bradesco Next, no Shopping JK, em São Paulo. Cheguei sem entender o que era aquele espaço, qual era a proposta. É uma agência? Uma lojinha? O caixa eletrônico mais chique do mundo? Uma roleta-russa caso algum advogado da Pixar veja aquele robozinho?

Nada disso. É um espaço de evangelização, e é muito, muito legal.

O Next não é voltado só para clientes. Ninguém vai tentar te empurrar um CDB, e a rigor o pessoal lá não quer te vender nada, exceto o banco inteiro, figurativamente, claro. Eles querem fugir daquele velho discurso bla-bla-bla inovação, tecnologia, etc, mostrando que o compromisso não é futuro, é presente.

Se há algo de bom que saiu do período de hiperinflação foi a competição darwinista feroz entre os bancos, gerando uma tecnologia de automação sem igual no mundo. Nossos serviços de homebanking são excelentes, eu nem sei a CARA da minha gerente. Na verdade tem alguns anos que não vou à minha agência.

 

Um dos objetivos do espaço é demonstrar como tudo pode ser feito online, via tablets, smartphones e notebooks. Hoje 1/3 dos clientes do Bradesco executa todas as transações por meios eletrônicos, mas eles querem mais.

Uma das tecnologias envolvidas envolvia celulares, mas não smartphones, focando no público de baixa renda, e foi o que achei mais legal: Via SMS é possível executar várias tarefas, inclusive pagamento de contas cadastradas. Não através daquela abominação chamada WAP, mas simples “torpedos” (odeio esse termo).

Boa parte do espaço é ocupada por telões interativos, e meu faro geek na hora percebeu algo familiar: Microsoft Kinect. Eles utilizam para detectar pessoas passando diante das telas e quando é o caso, modificam o material exibido, para chamar o visitante para a interação.

Mexe-se e acena-se, mas quando a gente chega perto, o Kinect não consegue mais funcionar, então entra em ação outra tecnologia: Um sistema de radar que transforma qualquer tela em touchscreen.

Também dá para brincar com soluções de biometria, é bem legal se cadastrar em uma tela, depois ir para outra mesa estilo Surface, colocar a palma da mão em um sensor e ser reconhecido. Usar caixas eletrônicos sem cartão é uma promessa muito, muito atraente. Claro, os atendentes estão adestrados para explicar que o sistema não funciona se arrancarem a sua mão. Só espero que o ladrão saiba disso.

Os caixas “futuristas” também são bem legais. Estão testando um modelo novo, com biometria, uma tela enorme, interface renovada e um detalhe super-chique:

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Está vendo o vidro, na frente do caixa? Ele é polarizado. Se outra pessoa chega no caixa da frente, ele fica fosco. No segundo andar há uma salinha de gerente com uma mega mesa surface que ao apertar de um botão tem todas as paredes de vidro transformadas de transparente em fosco, igual ao que todo mundo jurava que era efeito especial no Soma de Todos os Medos.

Outro briquedo super-legal: Um simulador de sonhos. Não, nada Inception, mas uma mesa onde você coloca fichas, indicando seus objetivos de vida, como carros, mulheres, mansões, mulheres, iates, mulheres, cem mil dólares, mulheres, indica quanto custa seu sonho, em quanto tempo quer conseguir e ele mostra, de forma gráfica, quanto você precisa economizar ou emprestar pra concretizar o sonho:

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Qual o objetivo disso? Dar ao cliente uma forma lúdica de ver uma operação financeira. Fugir das planilhas chatas e indecifráveis. Fazer o cara descobrir por si mesmo o que acontece se trocar o carro de R$100 mil por um de R$50 mil, e adiar a compra em dois anos. Como? Arrastando a ficha com o símbolo na mesa. Bem mais divertido que uma interminável fileira de números, ao menos nessa fase.

Uma tecnologia que já está em implantação e é até ecológica pois salva as árvores, nossas amiguinhas, é o quadro de tarifas eletrônico. Legalmente toda agência bancária tem que exibir as tarifas cobradas pelo banco. Isso significa papel, tinta, impressão e o estagiário que esquece de atualizar e o cliente reclama pois listam um preço e cobram outro.

O quadro eletrônico é uma tela touchscreen mostrando os valores das tarifas, informações úteis, cotações de dólar e ações, e muito mais. É a evolução mais lógica, e tirando os caixas eletrônicos, o que será implementado mais rápido. Eu odeio papel, então me identifiquei bastante com a idéia.

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O espaço tem até um loungezinho, onde você pode sentar em volta de uma mesa no estilo Surface e folhear revistas, com todas aquelas firulas de girar, ampliar, etc. Há até um sensor biométrico, para personalizar a experiência. A mesa tem –e isso foi só pra esnobar mesmo- um dispenser de água. você seleciona a opção, ele abre uma portinha na mesa e sai uma garrafa. Como não sou correntista, testei sem medo. Se fosse provavelmente debitariam em conta, afinal banco é banco 😉

Embora tecnicamente seja obrigado a ser um posto de atendimento, o Next é uma vitrine tecnológica, um bom passeio para geeks que estejam nas proximidades, nem que seja para ver o fruto da união profana entre a Eve e o Wall-E.

O Bradesco Next fica no último piso do Shopping JK Iguatemi, na Av Presidente JK, 2041 – Vila Olímpia, São Paulo. Não é preciso ser correntista, nem comprar nada. É só passar e brincar com o que usaremos no futuro, em 2014 provavelmente.

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