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Google I/O

12 anos atrás

A guerra dos três grandes do mercado de tecnologia (Apple, Microsoft e Google) atual tem tomado cada vez mais vários fronts de batalha. Até certo tempo atrás, cada um tinha seu próprio nicho de especialização e eram bem distintos entre si. Google firme no domínio da web, Microsoft com o pé cravado no Windows e tudo que gira à sua volta e a Apple... bem, Apple faz o que bem entender. Ela pode.

Hoje o caminho inevitável é a homogenização. Até algum tempo atrás, a Apple era a única a ter seu próprio ecossistema software/hardware. Hoje, Microsoft já tem seu próprio tablet anunciado antes mesmo do lançamento do Windows 8 e a familia Nexus, nascida e criada em Mountain View, a cada ano está melhor.

E é neste este cenário que o Google I/O, o encontro anual de desenvolvedores dos seus mais diversos produtos e serviços, deu partida ontem, com uma abertura cheia de novidades. Vamos a elas.

Android 4.1 (Jelly Bean)

Certamente a melhor de todas as novidades, na minha humilde opinião. Jelly Bean consegue ser ainda mais interessante do que o já surpreendente Ice Cream Sandwich.

Uma crítica antiga dos usuários de Android sempre foi a perceptível lentidão da UI em relação ao tempo de resposta quando você usa a interface sensível ao toque (ui!), mesmo na versão 4.0, apesar de melhorada, esta diferença é nitidamente sentida, principalmente se comparada ao iOS e Windows Phone 7.X. O Project Butter (deixa assim, em inglês mesmo. Soa bem melhor) é um esforço aparentemente bem sucedido de acabar com esta queixa.

Com o Jelly Bean, a velocidade da interface sobe para 60fps, uma diferença aparentemente mínima, mas na comparação que o proprio Google apresentou contra a versão 4.0, fica bem perceptível a melhora.

Melhorias nos widgets, aqueles pequenos aplicativos na tela principal que ajudam a consumir a bateria mais rápido, que agora podem se arranjar entre os ícones de forma mais fácil e na câmera, que agora permite que você delete fotos de forma mais simples, simplesmente arrastando para fora da tela e com a fácil opção de desfazer a caquinha. Também um teclado que prevê a próxima palavra que você vai teclar, mas o SwiftKey já fazia isto desde 1994. Mesmo assim, só torna o teclado nativo do iOS ainda mais obsoleto. Passou da hora de Tio Cook tomar providências quanto a isto.

Dentre as demais novidades, a última e mais interessante é a nova central de notificações, que já era boa e agora ficou bem mais legal. A partir de agora ela também passa a ter funções responsivas, e não apenas para notificar. É possível dar like em updates do Foursquare, responder alertas do calendário e até mesmo visualizar imagens enviadas por MMS sem precisar sair da área de notificações. Amazing! (desculpa, tio Jobs)

Me impressiono como o Android 4 amadureceu a plataforma e apenas deixo a velha queixa de que ainda é traço de audiência na população total de aparelhos em atividade. Vou ficar de olho agora na totalidade de aparelhos com o Ice Cream Sandwich que pularão para o Jelly Bean, espero por números significativos.

A nova versão do Android começa a ser disponibilizada a partir de meados de julho para o Nexus S, Xoom e Galaxy Nexus (yay!).

Nexus 7

Os rumores já tinham cantado a bola. Praticamente tudo que haviam comentado mostrou real. Em parceria com a Asus, o Google apresentou o Nexus 7, um tablet de 7 polegadas (dããã) com resolução de 1280X800 px, processador Tegra 3 de quatro núcleos e uma GPU de 12 núcleos (uau!), câmera frontal, NFC e demais perfumarias. A princípio, nada muito novo do que você pode encontrar por aí no mercado mas a coisa melhora quando ele é anunciado como o primeiro aparelho a já sair com o novíssimo Android 4.1 Billie Jean. Segunda notícia que realmente enche os olhos? Este pequeno notável pode ser seu por módicos 199 dólares e já disponível para pre-venda nos Estados Unidos.

Nexus 7. Todo seu por duzentos Obamas.

Claro que a tendencia é sempre comparar, e a primeira reação é comparar com o iPad, mas o grande alvo do nexus 7 é, claramente, o Kindle Fire, aquele tablet Android que rumou para o lado Bezos da força. Na apresentação, uma forte tendencia a apresenta-lo como um leitor de revistas, através da nova loja de revistas do Google Play.

Resta saber agora se o Nexus 7 não chegou tarde demais para a festa. Enquanto o próprio Kindle Fire está com um novo modelo previsto para ser apresentado nas próximas semanas, o Windows 8 RT está aí, às vésperas de ser lançado, a plataforma Android continuar bem a desejar de apps exclusivas para tablets. Ao fim da apresentação do Nexus 7, ficou uma sensação de que faltou desenvolvedores para mostrar novas apps para o dispositivo. Resta torcer por uma mudança neste cenário.

Nexus Q

Passando por cima de todos os rumores, o Google também apresentou mais uma peça de hardware, desta vez focado na sala de estar de casa. É o curioso Nexus Q.

Elegante, né?

Nexus Q, basicamente, é uma plataforma de mídia que usa EXCLUSIVAMENTE o Google Play como base e dispositivos Android como interface. O Nexus Q se conecta aos sistema de som e à TV para distribuir musica e vídeo usando um smartphone ou tablet Android. Basicamente é um Google TV capado, sem teclado e com pretensão de ser Apple TV.

Com um design um tanto errr... exótico, o Nexus Q não me agradou. Primeiro pela exclusividade de só disponibilizar conteúdo do Google Play. Nada de Netflix, Hulu, Pandora ou qualquer outro serviço de streaming de mídia. De graça, só o Youtube e olhe lá. Ah, ele também permite funções sociais, como a criação de uma "fila" de músicas com todos os amigos que tiverem aparelhos Android e zzzzzzzzzz...

Ainda assim se interessou em comprar um Nexus Q? Calma, eu posso melhorar: Preço de saída é de $299. É isso aí, Doralice. Com esta grana dá pra comprar um Apple TV e um Boxee Box e ter todos os serviços que você quiser, além de fazer streaming do seu próprio conteúdo particular (pr0n cof.. cof.. cof...) direto do seu computador para a TV. Ah, o Nexus Q tem também umas luzinhas que mudam de cor de acordo com o ritmo da música e tirem-me daqui pelo amor...

Google Now

Conferência do Google não pode ser completa sem aquele momento Grande Irmão que todos nós adoramos.

E a paranóia da vez atende pelo nome de Google Now, uma espécie de assistente em tempo real direto no lock screen seu Android. Vai pegar um ônibus e parou num ponto? Google Plus localiza onde você está e te dá o tempo dos ônibus e rotas. Gosta de um restaurante de comida javanesa? Ao se aproximar de um, Google Now exibe direto na tela do seu Android a localização e avaliações. Diferente da sua rival natural Siri, o Google Now antecipa seus movimentos baseado em seus historicos de busca, localização geográfica, times que você torce, motel favorito da secretária... Não é necessário perguntar, você é informado em tempo real de tudo que acontece à sua volta que pode ser de seu interesse, e que o Google já sabia. Se funciona melhor que o Siri? Só vamos nos lembrar que os algorítimos de Mountain View são pura poesia maligna.

Fascinante e assustador ao mesmo tempo.

Tá bom por agora? Pois este foi apenas o primeiro de três dias de Google I/O e nem vou falar do brinquedinho do Sergey Brin, pois eu não vou poder comprar mesmo (nem queria também, claro...).

Sergey, todo prosa com seu brinquedinho.

As frentes de batalha do Google estão à toda, Sistema Operacional para laptops (pausa para rir), Android, hardwares, rede social e o um banco de coleta de dados pessoais maior que o caderninho do capeta.

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